Elon Musk quer implantar dispositivos no cérebro humano

CEO da Neuralink apresentou os próximos passos da empresa: elaborar uma interface cérebro-máquina que facilite nossa interação com sistemas de inteligência artificial
Redação17/07/2019 11h47, atualizada em 17/07/2019 12h21

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Não é novidade que a Neuralink, fundada por Elon Musk, vem desenvolvendo interfaces cérebro-máquina usando a inteligência artificial, mas agora a empresa traçou um novo objetivo. O próximo passo será em direção a implantar dispositivos em humanos paralisados, permitindo que eles controlem telefones ou computadores.

Musk fez uma grande apresentação sobre o trabalho da Neuralink na noite de terça-feira (16/07). “A principal razão para fazer esta apresentação é o recrutamento”, disse Musk, pedindo às pessoas que se candidatem para trabalhar lá. Max Hodak, presidente da Neuralink, também subiu ao palco e admitiu que não tinha certeza se “essa tecnologia era uma boa ideia”, mas que o fundador da empresa o convenceu de que seria possível.

O primeiro grande avanço são eletrodos ou “fios” flexíveis, que são menos propensos a danificar o cérebro do que os materiais rígidos usados atualmente nas interfaces cérebro-máquina. Eles também abrem a possibilidade de transferir um volume maior de dados, de acordo com um artigo publicado pela empresa. Os fios têm 4 a 6 μm de espessura, o que os torna consideravelmente mais finos que um fio de cabelo humano.

Um dos obstáculos, no entanto, é que a tecnologia da Neuralink é mais difícil de implantar do que as desenvolvidas anteriores, principalmente por ser muito flexível. No entanto, para combater esse problema a empresa desenvolveu “um robô neurocirúrgico capaz de inserir seis fios (192 eletrodos) por minuto”.

Nas fotos, parece algo como um cruzamento entre um microscópio e uma máquina de costura. Ele também evita os vasos sanguíneos, o que pode levar a uma menor resposta inflamatória no cérebro. As expectativas são que no futuro, os cientistas da Neuralink possam usar um feixe de laser para atravessar o crânio, em vez de fazer furos.

Segundo o The Verge, os primeiros experimentos serão feitos em conjunto com neurocientistas da Universidade de Stanford. “Esperamos ter isso em um paciente humano até o final do próximo ano”, disse Musk, e para que isso seja possível ele primeiro quer “alcançar uma simbiose com a inteligência artificial”.

Para Musk, o problema central da interação com a inteligência artificial é na verdade a “largura de banda”, já que podemos captar informações muito mais rápido do que expressá-las. Por isso, seu objetivo é que esse sistema permita que os humanos se comuniquem com mais qualidade e velocidade com máquinas diretamente implantadas em seus cérebros.

No momento, porém, a empresa ainda está trabalhando em ratos para garantir que a plataforma esteja estável. Mas a tecnologia, se funcionar, pode ser muito promissora.

Via: The Verge


Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital