Brasileiros que possuem um Apple Watch acabaram de ganhar acesso a dois novos recursos que podem, literalmente, salvar vidas: o app ECG, que usa os sensores do relógio para gerar um eletrocardiograma, e o alerta de batimento cardíaco irregular.

O ECG é um recurso presente no relógio desde os modelos da série 4, lançada em 2018, mas que ainda não estava disponível no Brasil já que dependia de aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A agência e a Apple começaram a conversar sobre a aprovação em dezembro passado, e ela finalmente foi concedida em meados de maio.

Com a aprovação o Apple Watch é considerado um dispositivo médico Classe II, ou seja, de risco médio. A aprovação veio acompanhada de algumas recomendações:

  • Os dados coletados não devem ser interpretados sem consulta a um profissional de saúde qualificado;
  • O app não tem como objetivo substituir métodos tradicionais de diagnóstico ou tratamento;
  • Os resultados não são para uso clínico e nem podem ser usados como base para diagnóstico ou tratamento para doenças do coração;
  • O produto não detecta sinais de ataques cardíacos. Se houver dor no peito, pressão ou qualquer incômodo que pode ser associado a um ataque cardíaco, o usuário deve procurar serviços de emergência.

Ou seja, os resultados do ECG devem ser vistos como um indicador de que algo está errado no coração do usuário, mas qualquer diagnóstico ou tratamento deve ser emitido por um médico e baseado em informações obtidas por dispositivos e exames especializados, como um eletrocardiograma tradicional.

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ECG no Apple Watch. Foto: Apple

O ECG depende de hardware especializado no Apple Watch, e estará disponível nos modelos das séries 4 (de 2018) e 5. Mas o outro recurso, a detecção de ritmo cardíaco irregular, funciona em qualquer Apple Watch da Série 1 (o segundo modelo a ser lançado) ou mais recente.

O recurso funciona medindo os batimentos dos usuários em segundo plano, procurando de tempos em tempos por sinais de ritmos cardíacos irregulares que possam indicar fibrilação atrial (AFib). Quando não tratada, a AFib é um dos principais problemas de saúde que provocam derrame, a segunda causa mais comum de morte em todo o mundo.

O usuário recebe uma notificação se detectar ritmo cardíaco irregular em cinco medições realizadas durante um período mínimo de 65 minutos. A mensagem é a mostrada abaixo, e sugere que o usuário procure um médico.

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Alerta exibido quando fibrilação atrial (AFib) é detectada pelo Apple Watch. Foto: Apple

Os novos recursos estarão disponíveis em breve, nas versões 13.6 do iOS e 6.2.8 do watchOS. Para ativá-los, os consumidores serão direcionados para uma tela de configuração com detalhes sobre quem pode usar os recursos, o que eles são capazes ou não de fazer, os resultados que podem ser obtidos e como esses resultados devem ser interpretados, além de instruções claras sobre o que fazer se os usuários apresentarem sintomas que exijam cuidados médicos imediatos.