Como o Facebook classifica que tipo de conteúdo deve ou não ser excluído da rede social? Nesta segunda-feira, 22, o jornal The Guardian teve acesso a documentos internos da rede social que ajudam a responder a essa pergunta.
Os manuais do Facebook orientam os funcionários a lidar com conteúdos proibidos na plataforma, como violência, discurso de ódio, terrorismo ou pornografia de vingança. As medidas, no entanto, não são capazes de conter todos os problemas do tipo na plataforma. “O Facebook não consegue manter o controle de seu conteúdo. Ele cresceu muito e muito rapidamente”, afirma uma fonte ao jornal.
Rapidez
O volume é tão grande que os moderadores do Facebook precisam tomar decisões em menos de 10 segundos, indicando se um conteúdo viola ou não os termos de serviço da rede social. Outro problema é o fato de as regras não serem claras, o que torna muito tênue a linha entre a liberdade de expressão e o conteúdo potencialmente violento.
É permitido, por exemplo, publicar vídeos e fotos de abusos de animais, desde que o conteúdo possa ajudar a conscientizar as pessoas sobre a questão. A nudez, por outro lado, é algo restrito e que já gerou polêmicas.
Confira alguns exemplos do que pode ou não pode ser publicado:
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Comentários como “alguém atire no Trump”: devem ser removidos;
Chefes de Estado são enquadrados em uma categoria que deve ser protegida na rede social.
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Vídeos de mortes violentas: dependendo do contexto, não devem ser removidos;
Assim como acontece com as publicações de abusos de animais, esse tipo de vídeo pode permanecer na plataforma quando ajudar a incentivar a discussão de questões como doenças mentais.
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Nudez: dependendo do contexto, não deve ser removido;
Arte “feita à mão” mostrando nudez pode entrar na rede social, mas arte digital que mostre alguma atividade sexual é removida.
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Vídeos de abortos: não devem ser retirados;
Desde que não haja nudez.
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Postagens como “espero que alguém te mate” ou “vamos bater em crianças gordas”: não devem ser retiradas.
Segundo o Facebook, esse tipo de ameaça é pouco possível de se concretizar. “As pessoas usam a linguagem violenta para expressar sua frustração online”, justifica a rede social.
Dúvidas
“Temos uma comunidade global realmente diversa e as pessoas vão ter ideias muito diferentes sobre o que pode ser compartilhado. Não importa onde você desenhe a linha, sempre haverá algumas áreas cinzentas. Por exemplo, a linha entre sátira e humor e conteúdo impróprio às vezes é muito confusa”, explica Monika Bickert, líder mundial em gerenciamento de políticas do Facebook.
Bickert explica que determinados conteúdos podem parecer abusivos em um contexto e não em outro.