Do disquete à nuvem: formatos de armazenamento removível que não deram muito certo

Muitas alternativas de armazenamento removível foram desenvolvidas depois do disquete. Algumas, entretanto, nem chegaram a se popularizar. Conheça algumas delas a seguir
Roseli Andrion15/04/2019 19h33, atualizada em 15/04/2019 20h00

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Desde que o computador chegou às nossas mesas, um dos grandes desafios do mercado tem sido o armazenamento de dados. Inúmeros modelos já foram desenvolvidos, mas a tentativa de obter algo permanente é cada vez mais distante — afinal, o volume de dados produzidos diariamente só aumenta.

O disquete é, sem dúvida, um dos formatos mais bem-sucedidos no segmento de armazenamento: ele dominou o mercado entre 1971 e 1993. Depois do modelo de 8 polegadas (200mm), vieram o de 5 ¼ (133mm) e o de 3,5 polegadas (90mm). Além disso, as capacidades aumentaram: o de 8 polegadas começou com meros 80KB e chegou a 1MB, o de 5 ¼ foi de 160KB a 1,2MB, e o de 3,5 variou de 720KB a 5,76MB.

O disquete foi o primeiro sistema de armazenamento portátil removível — e olha que o modelo de 8 polegadas não era assim tão pequeno. Depois dele vieram muitas alternativas que pareciam promissoras, mas acabaram por se provar pouco práticas (pelos mais diversos motivos). Conheça algumas delas a seguir!

Disquete de 2 polegadas, da Fujitsu

Muitas marcas criaram variações do disquete para dispositivos específicos. Uma delas foi a Fujitsu, com seus disquetes de 2 polegadas, no fim dos anos 1980. Eles eram voltados para câmeras de vídeo e armazenavam até 793KB (como os modelos de 3,5 polegadas da época).

Micro Hamster, da Hitachi

Com formato de cartão Compact Flash, era um pequeno disco rígido com diâmetro de 1 polegada. A primeira opção tinha 170MB, mas sua capacidade evoluiu até os gigabytes. O modelo chegou a equipar os iPod mini, mas rapidamente as memórias Compact Flash atingiram a mesma capacidade a preços menores.

Fileware (o Twiggy), da Apple

Quando criou o computador Lisa, em 1983, a Apple incluiu duas unidades de disquete de 5 ¼. Não eram, porém, do modelo comum: tratava-se de um formato modificado e proprietário, chamado de Fileware. O disco tinha espaço para 871KB de dados, mas acabou descartado quando a marca decidiu usar os disquetes de 3,5 polegadas da Sony, com capacidade de armazenamento de 400KB — usados nos Lisa de 1984.

Reprodução

Disquete de 3 polegadas, da Matsushita

Os discos tinham capacidade de 140KB por face e se tornaram populares quando foram usados nos computadores fabricados pela Amstrad. Pouco depois, entretanto, quando os modelos de 3,5 polegadas se tornaram padrão de mercado, os disquetes de 3 polegadas foram substituídos por eles.

ZX Microdrive, de 1,3 polegadas, da Sinclair

Essa opção de 1983 era específica para os pequenos computadores ZX Spectrum, da própria Sinclair. Ela permitia guardar 85KB de informação e foi desenvolvida com base nas fitas cassete de 8 pistas. Assim como elas, entretanto, tinham vida útil relativamente limitada.

Cartuchos, da Lotus

O formato que era comum nos consoles de videogame foi adaptado para computadores pela Lotus — líder no mercado de planilhas na época. Lançada em 1984, a alternativa era usada no IBM PCjr. Entretanto, seu custo e sua baixa capacidade de armazenamento o tornaram inviável.

Cartão óptico, da Canon

Quando os CD-ROMs trouxeram a tecnologia óptica para o cenário de armazenamento, a Canon decidiu usá-la de forma diferente e criou os cartões ópticos. A opção tinha capacidade de armazenamento de 2MB e, uma vez escrita a informação, ela não podia ser apagada (como acontece nos CD-Rs).

Reprodução

Zip drive

Do tamanho do disquete de 3,5 polegadas, o principal diferencial do zip drive é a maior capacidade de armazenamento. Lançado em 1994, o primeiro modelo tinha 100MB (em comparação com o 1,44MB dos disquetes comuns). Depois, sua capacidade foi aumentada para 250MB e chegou até os 750MB. Ele foi, assim, uma grande revolução em armazenamento removível à época. Acabou por perder espaço para o CD, já que o custo-benefício era bem mais interessante.

Apesar de todas essas tentativas de criar um novo formato de armazenamento removível, a novidade que, de fato, mudou o cenário foi o CD-ROM. Inventado em 1979, começou a ser comercializado em 1982 e, inicialmente, era utilizado no mercado de música. Só depois passou a ser uma possibilidade no segmento de informática. Havia muitas variantes: o CD-R, para áudio e dados, os CDs regraváveis (CD-RW) e outros.

Até hoje, o CD é um meio de armazenamento bastante popular. Apesar de já haver opções mais robustas (como as pen drives que já atingem 4TB de dados e até a opção de armazenamento praticamente ilimitado na nuvem), há quem ainda use os CDs, que comportam 700MB (ou 80 minutos).

Colaboração para o Olhar Digital

Roseli Andrion é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital