Dispositivo torna aparelhos ‘inteligentes’ rastreando suas vibrações

Criado por pesquisadores da Universidade Cornell, equipamento consegue identificar até 17 atividades domésticas com 96% de precisão
Luiz Nogueira10/09/2020 18h40

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Com a rotina bastante atarefada, é bastante comum que pessoas esqueçam algum aparelho ligado ao sair de casa. Para evitar isso, uma equipe de pesquisadores da Universidade Cornell criou um dispositivo que consegue identificar e categorizar eletrodomésticos a partir das vibrações específicas que eles produzem.

Batizada de VibroSense, a invenção consegue, com a ajuda de aprendizado de máquina e lasers, rastrear até 17 atividades domésticas diferentes com 96% de precisão. Em testes preliminares, o dispositivo conseguiu identificar torneiras pingando, um exaustor, uma chaleira elétrica e uma geladeira.

O dispositivo usa um vibrômetro Doppler a laser para detectar pequenas vibrações em superfícies. Mas, no centro disso está uma rede de aprendizagem profunda, que foi treinada para reconhecer os caminhos que diferentes tipos de vibrações tomam conforme se movem por uma casa, junto com os ruídos distintos de diferentes aparelhos.

Segundo os criadores, a ideia do VibroSense é ajudar pessoas a monitorar o uso de energia de suas casas, permitindo-lhes reduzir o consumo potencialmente prejudicial. Há também a promessa de tornar as residências “inteligentes” sem investir em novos aparelhos ou sensores individuais.

Reprodução

Dispositivo tona aparelhos “inteligentes” sem precisar substituí-los. Foto: Andrey Suslov/ Shutterstock

“Nosso sistema é o primeiro capaz de monitorar dispositivos em diferentes andares, em diferentes salas, usando um único dispositivo”, disse Cheng Zhang, professor assistente de ciência da informação e um dos autores do projeto.

Apesar de promissora, a ideia do dispositivo é útil em casas unifamiliares. Isso porque, se implementado em prédios, o aparelho pode captar atividades de apartamentos vizinhos, apresentando risco potencial de privacidade.

Considerando isso, Zhang se mostra preocupado com sua utilização. “Definitivamente, seria necessária a colaboração entre pesquisadores, profissionais da indústria e governo para garantir que isso fosse usado para os fins certos”.

Mesmo com ideias definidas de utilização, o projeto ainda está em fase bastante inicial. Os responsáveis por sua criação devem apresentá-la pela primeira vez em uma conferência de computação nos próximos dias.

Via: Engadget

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital