Dirija sua vida pelo meio da estrada, não nos extremos

Se quisermos subir a montanha do sucesso, primeiro temos de passar pelo vale que a cerca
Redação21/01/2016 18h11, atualizada em 29/01/2016 14h27

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Reprodução

No início de janeiro um executivo comentava comigo sobre o fato de que especialistas diziam, havia um ano, que a água terminaria no Sistema Cantareira, em São Paulo, e que levaria cinco anos para se recuperar. No prédio em que vive, os moradores decidiram furar um poço artesiano. Gastaram R$ 80 mil e não encontraram água. Hoje o Cantareira está com 11% de capacidade, e subindo. Ele lamentava ter adotado uma escolha tão custosa sem obter o resultado esperado.

De fato, há situações de nossa vida em que temos de tomar decisões extremas, e que são momentos de incertezas e riscos. Entretanto, devemos ter um olhar que busque tendências. Desse modo, ao longo do traçado, poderemos nos manter no caminho do meio e evitar os extremos.

O mais importante é ser capaz de identificar e prever a inflexão. Ou seja, aquele momento no qual a estrada deixa de ser uma reta e começa uma curva. Nem sempre com piso seco e, com certeza, onde não é seu ponto mais seguro. Então, temos de ajustar a velocidade e as decisões, para não sair da pista e continuar em uma viagem segura.

Ao pensar sobre sua carreira, lembre-se de que ela se desenvolve de acordo com os ciclos econômicos. Portanto, você deve observar o início das crises com antecedência e posicionar-se de maneira a torná-las oportunidades para continuar avançando. Ou, se for o caso, reduzir a velocidade e seus gastos, para poder passar por elas com o menor dano possível.

Uma estrada reta por um tempo longo demais acaba por dar sono ao motorista. Se quisermos subir a montanha do sucesso, primeiro temos de passar pelo vale que a cerca, e a estrada, necessariamente, tem de fazer curvas.

Nos anos recentes, principalmente após a crise de 2008, os governos no mundo todo passaram a afirmar que a economia só pode subir. Desde a decisão dos Estados Unidos de salvar bancos “grandes demais para falir” até os incentivos ao crédito para o consumo de casas e carros no Brasil, passando pelas proteções que existem aos empregos públicos, os governos acreditam ingenuamente que são capazes de dirigir a economia sempre para o topo.

Isso tem causado todo tipo de artificialismo e situações cada vez mais extremas. Governos podem ir contra a natureza do livre mercado, mas, ao final, a natureza sempre se impõe. Quando a curva chega, a velocidade é alta demais, e muitos acabam caindo da montanha.

Entretanto, não é a estrada que é perigosa, mas, sim, os motoristas imprudentes, inexperientes e incautos que nela dirigem. Se você se interessar em aprimorar seus conhecimentos econômicos, poderá não apenas ter uma carreira de sucesso, mas também alcançar o padrão de vida que deseja e, principalmente, manter-se a salvo das ações desastradas de governos. Os próximos anos serão abundantes delas. Procure andar no centro da estrada, porque o caminho do meio ainda é o que levará você mais longe e mais alto.

Vamos em frente!

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital