2019 deve ser o segundo ano mais quente da história

Aumento de temperatura está associado principalmente ao aumento da emissão de gases que causam o efeito estufa
Luiz Nogueira21/11/2019 12h03, atualizada em 21/11/2019 12h32

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Com a chegada do fim do ano, especialistas começam a realizar comparações das temperaturas registradas com as de anos anteriores para determinar se houve um aumento.

Se concluiu que o ano de 2019 pode ser o segundo mais quente desde que o registro das temperaturas começou em 1880. Os dados que comprovam isso foram divulgados pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).

Esse resultado reflete a crescente influência do aquecimento global causado pelos humanos a longo prazo. De acordo com os estudos, há cerca de 85% de chance de o ano terminar como o segundo mais quente, com possibilidades remotas de ser o terceiro. No geral, porém, é praticamente certo que 2019 acabará sendo um dos cinco anos mais quentes até o momento.

A NOAA constatou que a temperatura média global da superfície terrestre e oceânica em outubro era de 1,76 graus acima da média do século 20 – esse número só não é tão alto quanto o registrado em outubro de 2015, o ano mais quente da história segundo a Nasa.

Outubro de 2019 foi declarado o 43º outubro mais quente se comparado a média do século XX, e o 418º mês mais quente. Isso significa que qualquer pessoa com menos de 38 anos não viveu o ano mais frio do ponto de vista de temperatura do planeta.

Outras agências que monitoram as temperaturas globais podem classificar 2019 de forma ligeiramente diferente da NOAA, embora seus dados gerais sejam semelhantes.

A Nasa, por exemplo, interpola as temperaturas no Ártico, com poucos dados, assumindo que as temperaturas em toda a região são semelhantes ao seu local de observação mais próximo. A NOAA, por outro lado, deixa partes do Ártico de fora de seus dados.

Considerando que o Ártico está aumentando sua temperatura mais do que o dobro da taxa do resto do mundo, isso significa que os dados da NOAA podem estar subestimando ligeiramente as temperaturas globais – embora não muito.

Em uma ilustração das diferenças que podem ocorrer entre as agências de monitoramento, o Serviço de Mudança Climática da União Europeia classificou outubro como o mês mais quente da Terra, com temperatura um pouco maior que o mesmo mês em 2016 – até o momento o outubro mais quente já registrado. A Nasa e a NOAA, por outro lado, colocaram o mês em segundo lugar.

No fim das contas, o que importa é a tendência de longo prazo, e isso mostra um aumento nítido e claro que pode ser explicado apenas pelo aumento da quantidade de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono, na atmosfera.

As atividades humanas, mais precisamente a queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo para geração de energia, são os principais contribuintes para os gases do efeito estufa.

De acordo com a NOAA, existiam temperaturas recordes de outubro quentes em partes do Oceano Pacífico Norte e Ocidental, nordeste do Canadá, e espalhadas por partes do Oceano Atlântico Sul, África, Europa, Oriente Médio, Oceano Índico e América do Sul.

A única região de frio recorde no mês foi o oeste dos Estados Unidos, onde grande parte das Montanhas Rochosas registrou bastante frio no mês de outubro.

Via: Science Alert

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital