Quando as fabricantes de celulares começaram a colocar câmeras frontais em seus aparelhos, ninguém imaginaria que isso viria a se tornar um risco à vida dos usuários. No entanto, um estudo mostra que, entre 2011 e 2017, ao menos 259 mortes causadas por tentativas de tirar uma selfie.
O estudo em questão, publicado pela revista científica indiana “Journal of Family Medicine and Primary Care” levou em conta acidentes no mundo inteiro ao longo dos últimos sete anos, período que coincide com a popularização das câmeras frontais nos smartphones e do fenômeno da selfie como parte da cultura pop.
A conclusão é que a maior parte das mortes foram causadas por afogamentos, quedas, incêndio ou por acidentes relacionados a transporte. Animais, eletrocussões e armas de foto também aparecem como causas frequentes de “selficídio”.
O estudo também leva em consideração a faixa etária das vítimas e, sem surpresa, ela costuma atingir um público jovem. Cerca de 29% dos casos registrados atingiram jovens de 10 a 19 anos, mas os mais afetados são os jovens adultos de 20 a 29 anos, que responderam por quase 41% dos casos registrados.
A pesquisa também constata que as maiores vítimas dos “selficídios” são homens. Nem todas as “selfies fatais” foram feitas em contextos arriscados, algumas apenas foram acidentes infelizes mesmo, e o estudo faz distinção entre as mortes. No entanto, entre os casos que envolveram comportamento arriscado, os homens lideram com folga, com 115 mortes masculinas contra 27 femininas.
Diante dessa situação, os pesquisadores propõem uma alternativa: começar a criar áreas onde é proibido tirar selfies. “Áreas ‘sem selfies’ devem ser declaradas em regiões turísticas, especialmente perto de água, picos montanhosos e em cima de prédios altos para reduzir a incidência de mortes relacionadas a selfies”, diz a conclusão da pesquisa.