Dentista é processado por operar paciente ‘pilotando’ um hoverboard

Profissional de saúde teve a sua licença odontológica suspensa em 2017; ele também é acusado de cometer fraudes no Medicaid
Redação09/12/2019 20h22, atualizada em 09/12/2019 20h45

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Um dentista do Alasca (EUA) é acusado de ter arrancado o dente de uma paciente enquanto andava em um hoverboard. O procedimento do dentista Seth Lookhart, de julho de 2016, foi registrado em vídeo e compartilhado com várias pessoas. Na ocasião, ele brincou sobre o que seria um “novo padrão de atendimento médico”, de acordo com uma ação movida pelo Alasca em 2017.

A filmagem – exibida no tribunal na semana passada – mostra Lookhart ao lado de uma paciente sedada, balançando levemente em seu hoverboard enquanto extrai um dente. Terminada a operação, ele sai da sala, tira as luvas, joga-as no chão e levanta às duas mãos no ar em tom de comemoração enquanto se afasta pelo corredor.

Reprodução

As autoridades do Alasca encontraram a paciente e identificaram-na como Veronica Wilhelm. Ela não tinha conhecimento da atitude do dentista ou da existência do vídeo do seu procedimento. Na quarta-feira (4), ela teve a chance de confrontar Lookhart no tribunal.

Quando o promotor perguntou a Wilhelm o que teria dito se não estivesse sedada e pudesse ver Lookhart em seu hoverboard, ela respondeu: “Eu teria dito ‘diabos não!'”. Dirigindo-se diretamente a ele, Wilhelm declarou: “[Você] provavelmente poderia ter sido um bom dentista. Não tenho nada de ruim a dizer sobre a operação, eu agradeço, mas acho que o que você fez foi ultrajante, narcisista e louco”.

Perigo conhecido

Hoverboards podem ser perigosos mesmo quando não estão sendo usados durante procedimentos médicos sensíveis. Em julho de 2016 – no mesmo mês em que o vídeo de Lookhart foi gravado – a Comissão Federal de Segurança de Produtos ao Consumidor anunciou um recall de mais de meio milhão de hoverboards. A agência observou 99 casos destes dispositivos explodindo ou pegando fogo.

No tribunal, o advogado de defesa de Lookhart, Paul Stockler, considerou o uso do hoverboard algo “absolutamente estúpido” e pediu desculpas a Wilhelm. No entanto, questionou se Lookhart deveria ser punido por usar a prancha. “Vi coisas muito mais perigosas pelas quais nenhum médico foi acusado”, disse Stockler.

Além do incidente com o hoverboard, as autoridades do Alasca alegam que Lookhart sedou pacientes sem necessidade para aumentar o faturamento do Medicaid (programa de saúde social dos EUA), cobrando US$ 1,8 milhão apenas em 2016; além disso, ele teria roubado US$ 250 mil de parceiros. O dentista, que teve sua licença suspensa em 2017, se declarou inocente de todas as acusações.

Fonte: Arstechnica

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital