Uma votação realizada nesta semana na Câmara dos Estados Unidos deve permitir que os provedores de internet vendam o histórico de navegação dos usuários a empresas e anunciantes. Na semana passada, o Congresso havia votado positivamente.
A medida revoga regras estabelecidas pelo governo de Barack Obama no ano passado que ampliavam os direitos de privacidade e exigiam que os provedores pedissem autorização do usuário para compartilhar seus dados.
“Esta resolução prejudica a privacidade fundamental de cada usuário da internet. Com um provedor de banda larga, a maioria de nós não tem escolha. É preciso se inscrever em um provedor local, quer você queira ou não”, explica Jared Polis, representante do Colorado.
Ainda há poucas informações sobre como as empresas poderão utilizar os dados sensíveis dos usuários. A questão é que isso pode incluir não só a criação de perfis de marketing, com base no histórico de navegação, mas também a criação de ferramentas invisíveis que detectam os “passos” na web.
O que muda?
“As informações pessoais que os provedores de internet podem visualizar e armazenar incluem os sites que você visita, o tempo que você permanece nessa visita, o local onde você está, quando os visitou e que dispositivo usa para acessar. Com a revogação, os provedores americanos podem vender estes dados, sem permissão dos seus clientes. Isso, obviamente, coloca a privacidade dos americanos em risco, mas também significa que eles podem esperar anúncios mais direcionados, já que as informações coletadas pelos provedores provavelmente serão vendidas para empresas de publicidade e marketing”, explica Michal Salat, direto de inteligência de ameaças da Avast.
A decisão também pode preocupar. “Isso também aumenta a superfície de ataque dos hackers, já que agora mais empresas terão esses dados e todos eles poderiam ser violados por um hacker. Se essas informações caírem em mãos erradas, os cibercriminosos poderão usá-la para otimizar suas táticas de engenharia social, direcionar melhor os ataques e convencer as pessoas a baixarem malware. Se os americanos querem ter certeza de que seus dados permanecem privados, eles devem usar uma VPN (rede privada virtual)”, indica.
Via TechCrunch