Apesar do crescimento dos discursos de ódio na web, um novo estudo mostra que a solução, algumas vezes, pode ser mais simples do que se imagina. A experiência, realizada pelo estudante da Universidade de Nova York Kevin Munger, mostra que chamar a atenção das pessoas que postam frases racistas no Twitter pode funcionar. A eficácia, no entanto, depende de quem é que dá a bronca.

Munger criou bots com diferentes cores de pele e números de seguidores: metade deles tinha entre zero e dez seguidores e a outra metade possuía de 500 a 550 pessoas entre seu círculo de amigos na rede. Todos eles identificavam publicações racistas e enviavam a seguinte mensagem: “Ei, cara, lembre-se de que existem pessoas reais que se ferem quando você as ataca com esse tipo de linguagem.”

O pesquisador conta que a linguagem de alguns usuários se tornou bem menos abusiva por algum tempo. 50 dos indivíduos analisados chegaram a usar palavras racistas 186 vezes menos do que antes. Apesar da boa perspectiva, é importante ressaltar um aspecto: isso só aconteceu quando o bot possuía uma aparência física semelhante à do usuário, ou seja, branca, e tinha influência social.

“As pessoas com maior status estão influenciando as normas, e com essa influência vem a responsabilidade”, explica Betsy Lynn Paluck, psicóloga da Universidade de Princeton, que não esteve envolvida no estudo.

Via Ars Technica