Criador da web faz manifesto pela internet livre com apoio de Google e Facebook

Daniel Junqueira06/11/2018 14h01, atualizada em 06/11/2018 15h30

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A world wide web tem quase 30 anos de existência, mas ela já viveu dias melhores. Pelo menos é assim que pensa Tim Berner-Lee, criador da rede mundial, que agora anunciou um manifesto que visa devolver às pessoas o poder sobre a internet.

O “Contrato pela web” idealizado pela Web Foundation, órgão fundado por Berners-Lee, segue algumas críticas que vem sendo feitas há algum tempo pelo criador da web. Berners-Lee acredita que a internet não é mais segura: dados pessoais são armazenados por empresas e podem vazar, comprometendo assim a privacidade de usuários.

Assim, enquanto quase metade da população mundial já tem acesso à web, Berners-Lee acredita que é hora de pessoas, empresas e governos se juntarem para definir princípios básicos a serem seguidos por todos dentro da internet. “A web foi projetada para unir pessoas e tornar o conhecimento livremente disponível”, diz o manifesto. “Todo mundo tem um papel a desempenhar para garantir que a web sirva à humanidade”, continua, citando as ações que podem ser tomadas para melhorar o ambiente da internet mundial.

Pela proposta da Web Foundation, governos devem se comprometer a garantir que todos tenham acesso à internet, que esse acesso não seja negado a ninguém em momento algum, e que a privacidade dos usuários seja preservada. Para empresas, os desafios são de manter a internet barata e acessível a todos, respeitar a privacidade e os dados pessoais dos usuários, e também desenvolver tecnologias que ajudem o melhor da humanidade e desafiem o que há de pior.

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O manifesto ainda determina ações para usuários comuns da rede: ser um criador de conteúdo para ajudar a manter a web rica e relevante para todos, desenvolver comunidades que respeitem discursos de respeito civil e dignidade humana, e também a luta pela web, para que ela permaneça aberta a todos.

O site do “Contrato pela web” abre espaço para órgãos governamentais, empresas e pessoas que desejem apoiar a causa. O Google já publicou um post em seu blog oficial aderindo ao projeto – segundo Jacquelline Fuller, presidente da Google.org, a companhia vai trabalhar em conjunto com a instituição de Berners-Lee para ajudar a definir os princípios que vão ajudar a proteger a internet aberta no futuro. O Facebook também se comprometeu a ajudar na criação e a colocar o projeto em prática.

A Web Foundation planeja divulgar uma versão final do manifesto até maio de 2019. Além de algumas empresas do setor, o governo francês já manifestou apoio, assim como o bilionário Richard Branson.

Ex-editor(a)

Daniel Junqueira é ex-editor(a) no Olhar Digital