Covid-19: pico no país deve ser nesta semana e estabilidade em julho, diz estudo

Número de casos pode chegar a 370 mil daqui a dois meses, ainda de acordo com modelo matemático feito por pesquisadores da Coppe/UFRJ, Marinha do Brasil e Universidade de Bordeaux, na França
Fabiana Rolfini19/05/2020 11h38, atualizada em 19/05/2020 11h40

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O tão aguardado pico da pandemia de Covid-19 no Brasil deve ocorrer nesta semana, enquanto o número de casos deve começar a se estabilizar somente no fim de julho, quando alcançar um patamar de 370 mil. Este número, no entanto, pode chegar a 1 milhão, se forem levadas em consideração as ocorrências não reportadas.

É o que indica um modelo matemático criado por pesquisadores da Coppe/UFRJ, Marinha do Brasil e Universidade de Bordeaux, na França. A projeção feita exclusivamente ao Estadão tem por base o quadro atual de isolamento social, medidas de higiene e capacidade de testagem.

Ou seja, se tudo continuar como está, o auge da pandemia será daqui a mais ou menos um mês. Entretanto, os cientistas ressaltam que o mais provável é que as medidas de distanciamento sejam relaxadas e o número de testes realizados aumente. Assim, a estabilização da doença deve ser postergada e o número de casos da infecção aumentar.

Reprodução

 Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

“Depois do pico, o número de casos acumulados continua crescendo, ele não para de crescer, mas o país vai reportando cada vez menos casos, e a curva começa a mostrar uma tendência de queda”, explica o pesquisador Renato Cotta, professor titular da Coppe/UFRJ e consultor técnico da Marinha do Brasil. “Se tivéssemos o cenário de hoje congelado, chegaríamos ao dia 150 da pandemia, em 18 de julho, com 368 mil casos.”

Embora o modelo não calcule o número de mortes, a mortalidade da pandemia no Brasil está em 6,7% – o que nos levaria a um total de pelo menos 25 mil vítimas até o fim de julho.

Testes podem variar previsões

Como há muitas variáveis em jogo, os cientistas são sempre muito cautelosos com as previsões. O número oficial de casos depende diretamente da quantidade de testes de diagnóstico disponíveis e pode ter alterações muito significativas, de acordo com as medidas de isolamento adotadas.

Ainda segundo Cotta, estamos em 3,5 milhões de testes feitos e devemos chegar a 10 milhões nas próximas semanas. Com isso, o número de casos reportados forçosamente aumentará.

Segundo a atualização feita pelas secretarias estaduais de Saúde nesta terça-feira (19), o Brasil registra, até o momento, 16.895 vítimas da Covid-19 e 256.523 casos confirmados. Com os novos registros, o país se tornou o 3º no mundo com mais incidências da doença, ficando atrás apenas da Rússia e Estados Unidos.

Via: Estadão

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital