Se depender da Fifa, os treinos da seleção brasileira na Rússia para a Copa do Mundo de 2018 serão tranquilos e sem bisbilhoteiros. A entidade responsável pela organização do mundial disponibilizou agentes “armados” para monitorar os arredores do campo de treinamento do Brasil e impedir que informações como a escalação do time, por exemplo, sejam vazadas. Mas nada de abater pessoas: os alvos dos agentes são mesmo drones espiões. E também nada de tiros: as “armas” usadas são, na verdade, bloqueadores de frequência.
Como os bons e velhos carrinhos de controle remoto, os drones se comunicam com seus controladores por sinais sem fio. O que os equipamentos usados pelos agentes da Fifa fazem, portanto, é impedir que as ondas emitidas pelo controle cheguem ao destino.
Não é algo tão complexo. A Fifa não especificou o modelo que adotou, então tomemos como exemplo o DroneDefender (vídeo acima), um bloqueador criado por engenheiros do Battle Memorial Institute, nos EUA, que funciona de forma similar. O aparelho se parece com um rifle, mas nada mais é do que uma antena direcional que corta os sinais de rádio e de GPS usados para guiar o drone. Ele tem um alcance de 400 metros, conforme explicou Dan Stamm, gerente de programa responsável pelo dispositivo, ao site Popular Mechanics.
Para fazê-lo funcionar, basta apontá-lo para o alvo e mantê-lo assim até a máquina voadora ir para o chão. Caso o drone tenha uma antena GPS, ele seguirá uma rotina padrão e pousará calmamente. Do contrário, ele vai simplesmente cair e, possivelmente, quebrar de vez.
A briga da Fifa com drones já vem de alguns anos. Na Copa de 2014, no Brasil, a França alegou que um aparelho do tipo foi usado para espionar o treino da seleção antes do jogo contra Honduras.