Se existe uma coisa de que não podemos acusar a fabricante de computadores e acessórios para jogos Razer é de não tentar coisas novas. Desta vez, a empresa, que sempre tem uma carta na manga para a CES, revelou um projeto de laptop com três telas de 17 polegadas, criado para dar a opção de jogar com a resolução bizarra de 12K.
O modelo em questão é o Projeto Valerie. Por enquanto, é apenas um protótipo, criado com base no notebook Razer Blade Pro. A empresa criou apenas duas versões: uma delas totalmente funcional, mas com a posição das telas extras sobrepondo o painel central, o que torna seu uso longe do ideal, e a outra que tem o visual desejado, com a posição dos displays no lugar correto, mas sem a capacidade de funcionar em alto nível. Aparentemente, ambas foram furtadas.
Antes do furto, no entanto, o Olhar Digital conheceu de pertinho essa segunda versão, exposta no estande da Razer na CES, e só a visão de um negócio desses já impressiona. Eu não tenho certeza se existe um mercado para um produto desse tipo, mas certamente é possível imaginar as suas aplicações.
Segundo a empresa, o sistema é inteligente, o que permite que as telas sejam ativadas e reconhecidas automaticamente quando deslizadas para fora e desativadas quando desmontadas. O setup incomum é compatível com a tecnologia G-Sync, da Nvidia, e se beneficia de uma GPU GTX 1080 para suportar os 25 megapixels dos três painéis somados. No entanto, por mais poderosa que seja a placa de vídeo, ela não deve ser capaz de manter sozinha uma resolução tão alta em todos estes painéis simultaneamente, ou pelo menos não em games que exigem mais recursos, o que significa que você provavelmente não será capaz de limitar um pouco os aspectos visuais para não sacrificar desempenho de jogo.
Mesmo assim, a ideia de ver-se cercado de telas ao jogar pode atrair um certo nicho de jogadores, especialmente em um cenário competitivo. A organização dos monitores pode ampliar o campo de visão em um jogo, dando grande vantagem em situações como um jogo de tiro em primeira pessoa, por exemplo, permitindo enxergar inimigos que normalmente não apareceriam na tela. Games de corrida também ganham em imersão com três monitores.
O fato é que a ideia de múltiplas telas para jogos não é insana, e já é comum entre jogadores mais competitivos. Implantá-la em um formato de notebook é que é fora do comum. Todo esse aparato faz com que a máquina seja grande e pesada, reduzindo significativamente a sua portabilidade. Ao mesmo tempo, colocar uma bateria dentro de um aparelho como esses parece até uma piada, já que as três telas 4K vão sugar toda a energia em pouquíssimo tempo, o que força o usuário a manter-se conectado a uma tomada praticamente de forma permanente. No entanto, certamente é mais leve do que um desktop de configurações similares. Você já pensou em colocar três monitores dentro de uma mochila?
Isso dito, o aparelho ainda traz configurações de respeito, com um processador Intel Core i7-6700 e 32 gigabytes de memória RAM. Assim, se o aparelho não vai conseguir rodar jogos em 4K em todas as suas telas, ao menos ele é capaz de sustentar essa resolução para outras tarefas que podem se beneficiar de um esquema de monitores múltiplos. Editores de vídeos, imagens e qualquer outro profissional que veja vantagens em ter mais de uma tela ligada no PC para fazer suas funções. Sim, o notebook insano da Razer parece mais uma ferramenta profissional do que um produto indicado a games.
Agora resta saber se o protótipo se tornará um produto. A Razer admite que está apenas experimentando a ideia no momento, e não tem planos de concretizá-la para levá-la ao mercado no curto prazo. Também fica a dúvida: será que o fato de protótipos do aparelho terem sido furtados na CES pode atrapalhar o desenvolvimento do projeto?