O Megaupload foi um sucesso de público e um desastre no trato com as autoridades, levando ao seu encerramento abrupto com o confisco do domínio pelo FBI. Depois, Kim Dotcom apresentou o MEGA, que está aí até hoje, mas sem a participação do executivo fundador do negócio. Agora, o espalhafatoso milionário tem um novo projeto para armazenamento e compartilhamento de arquivos chamado “K.im”.
O serviço chegou a ser apelidado de “Megaupload 2” durante a fase de desenvolvimento, mas agora tem um nome oficial, e, na prática, funciona de uma forma completamente diferente do projeto original.
A ideia do K.im é uma forma de distribuição de conteúdo envolvendo microtransações, e o download só pode ser feito após a instalação de plugin no navegador ou por um aplicativo no celular. O K.im funciona em conjunto com a ferramenta Bitcache, de forma que cada download é vinculado a uma transação de bitcoins.
Mais do que um serviço de armazenamento em nuvem, a ideia é realmente criar uma plataforma de distribuição. Isso abre espaço, sim, para a pirataria lucrar ao liberar para download conteúdo protegido por direitos autorais. No entanto, Kim Dotcom tem uma proposta que ele promete ser a revolução nos direitos autorais, funcionando tanto para o público quanto para as empresas.
O empresário sabe que seu serviço pode ser usado para a pirataria, então ele propõe um sistema similar ao do YouTube. Se, por um acaso, um conteúdo pirateado for disponibilizado na plataforma, o detentor dos direitos autorais tem a possibilidade de reclamar a posse daquele conteúdo. O material não será removido, mas a empresa tem a possibilidade de alterar o preço de acordo com o que achar justo e receber todo o dinheiro da venda.
Segundo Dotcom, a pirataria, em muitos casos, se dá pela dificuldade de obter acesso a determinados conteúdos por problemas como restrições geográficas. Ele acredita que essa solução é boa tanto para as empresas quanto para as pessoas que querem pagar pelo material, mas são forçadas a baixar de graça na internet por não terem acesso de outra forma ou por precisar assinar vários serviços ao mesmo tempo.
Para completar, o serviço não será uma plataforma de armazenamento, porque não deverá armazenar nenhum arquivo por conta própria. Usuários poderão guardar seus arquivos em serviços como Dropbox, OneDrive, Google Drive e tantos outros, e até mesmo torrents. O K.im criptografa esses documentos, de forma que eles só podem ser acessados pelo seu serviço, no app ou na extensão de navegador.
A questão que fica é se haverá adesão a esse serviço. Ele tem algumas ideias interessantes sobre distribuição e monetização, mas depende de alguns fatores para funcionar: empresas dispostas a negociar seu conteúdo dessa forma, usuários dispostos a pagar e apoio dos distribuidores piratas e comunidade de torrents.
O site já existe, mas por enquanto ele ainda não está funcionando para todos. Dotcom liberou uma demonstração para um número limitado de pessoas, com a possibilidade de solicitar um convite, e sua expectativa é liberar o serviço para o público na segunda metade de 2018.