A Apple continua enfrentando problemas depois de admitir que reduz a velocidade de iPhones antigos para preservar a durabilidade da bateria. Após um inquérito na França e uma notificação no Brasil, a empresa agora é alvo do Congresso dos Estados Unidos.

De acordo com informações de agência de notícias Reuters, o senador John Thune, presidente da Comissão de Comércio, Ciência e Transporte do Senado norte-americano, enviou uma carta à Apple pedindo mais explicações sobre essa prática.

Thune questionou por que a Apple não foi mais transparente com os consumidores, por que não considerou trocar as baterias de iPhones afetados gratuitamente e por que não perguntou aos usuários se eles queriam, ou não, sacrificar a performance pela bateria.

Segundo a Reuters, a carta foi enviada no dia 9 de janeiro ao CEO da Apple, Tim Cook. Não se trata de uma notificação judicial e nem indício de que o Congresso vai ou não abrir uma investigação contra a empresa.

Entretanto, a medida pode dar fôlego a pedidos por leis que autorizem ou facilitem o “direito ao reparo”, como explica o Gizmodo. Muitos ativistas e associações de consumidores defendem que cidadãos norte-americanos possam reparar seus próprios eletrônicos sem perder a garantia.

A história até aqui

Tudo começou em dezembro de 2017, quando um estudo de um laboratório independente concluiu que a Apple estava, de fato, reduzindo o desempenho de iPhones mais antigos para prolongar a vida útil da bateria. Dias depois, a companhia confirmou a prática.

Segundo a Apple, quando o iOS percebe que a bateria já atingiu seu ciclo natural de desempenho, a velocidade máximo do processador é reduzida para evitar danos à célula de energia e desligamentos repentinos – um problema notado por muitos usuários do iPhone 6 após alguns anos de uso.

O sistema foi introduzido com o iOS 10. Sendo assim, a Apple deixa o iPhone mais lento para preservar a bateria, mas nunca informou claramente aos consumidores sobre essa prática. Outras empresas de smartphones, como Samsung, Motorola e LG, dizem que não fazem o mesmo que a Apple.

A empresa da Maçã foi, então, alvo de diversos processos, alguns exigindo compensações na casa do US$ 1 trilhão. A Apple pediu desculpas pelo “mau entendido” e passou a oferecer um desconto na troca de bateria de qualquer versão do iPhone a partir do iPhone 6, considerando que uma bateria nova é suficiente para reverter a desaceleração.