Computadores convencionais nunca serão conscientes, diz especialista

Segundo Christof Koch, os computadores podem ser tão inteligentes quanto os humanos, mas ainda necessitam de hardware específico para criarem consciência
Luiz Nogueira14/05/2020 13h33, atualizada em 14/05/2020 13h45

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Pesquisadores de todo o mundo sonham em criar uma Inteligência Artificial Geral (AGI) que consiga pensar de forma semelhante às pessoas. O termo refere-se a uma ramificação da já conhecida Inteligência Artificial (IA), mas que tem o objetivo de funcionar como uma inteligência de nível humano na realização de várias tarefas.

No entanto, esse objetivo nunca será alcançado usando computadores convencionais, argumenta o neurocientista Christof Koch, presidente e cientista-chefe do Instituto Allen para a Ciência do Cérebro.
Em entrevista à ACM News, Koch disse que os engenheiros precisarão desenvolver um hardware de computação totalmente novo – talvez até considerando a utilização de tecnologia quântica.

A principal questão para o desenvolvimento da tecnologia, segundo o cientista, é que os computadores convencionais podem executar algoritmos especializados, mas que dar um salto para a consciência quase humana requer algo totalmente diferente.

“Nossa teoria diz que, se quisermos decidir se uma máquina está ou não consciente, não devemos considerar o comportamento da máquina em si, mas o substrato real que tem poder causal. Para os sistemas atuais de IA, isso significa que precisamos realizar testes no nível do chip do computador”, diz Koch.

Tecnologia convencional

Reprodução

Especialista aponta que ainda falta muito para que os computadores pensem como os humanos/ Foto: SurveyCTO

Simular a biologia completa de um cérebro humano em chips de computadores comuns, apesar de possível, não seria suficiente para gerar consciência, segundo o pesquisador. Ele argumenta que a consciência é definida pela física subjacente da arquitetura desse cérebro, não pelo seu poder de processamento.

“Qualquer IA que funcione com um chip normal, por mais inteligente que possa se comportar, ainda não estará consciente como um cérebro humano”, declara Koch.

Por fim, ele comenta sobre a inevitabilidade do surgimento de uma máquina parecida com os humanos, mas que, para ser considerada semelhante, ainda será necessário distinguir inteligência de consciência.

“Embora inteligência e consciência frequentemente andem de mãos dadas em criaturas biológicas, elas são duas coisas conceitualmente muito diferentes. Inteligência é sobre comportamento. Por exemplo: o que você faz em um novo ambiente para sobreviver? Consciência não tem a ver com comportamento; consciência é sobre ser”.

Via: Futurism

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital