Competição nos EUA procura unir inteligência artificial ao 5G

Desafio proposto por agência norte-americana incentiva a mudança no funcionamento dos sistemas sem fio, em preparação para a nova geração de rede
Redação08/11/2019 22h51, atualizada em 09/11/2019 00h15

20191025061316

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A comunicação sem fio é a base sobre a qual se constrói grande parte da vida moderna, e a iminente introdução da tecnologia 5G promete aumentar ainda mais a velocidade das conexões e lançar uma verdadeira revolução na chamada internet das coisas. No entanto, esse salto rumo ao futuro não será possível sem um ingrediente-chave: a inteligência artificial.

Na quarta-feira (23), nos Estados Unidos, dez equipes da indústria e da academia competiram para mudar o funcionamento dos sistemas de comunicação sem fio. O desafio foi promovido pela Darpa –  Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA – diante da preocupação de que o crescente uso das tecnologias sem fio, que os aparelhos usam para se conectar entre si, vão superlotar as ondas de rádio.

Como isso funciona nos Estados Unidos?

O chamado espectro de rádio não é alocado da maneira mais eficiente. Nos EUA, as agências governamentais dividem-no em faixas de frequência mutuamente exclusivas, e as bandas são distribuídas para diferentes entidades comerciais, governamentais e militares para seu uso exclusivo. O problema aqui é que raramente quem possui os direitos do espectro faz uso dele 100% do tempo.

A demanda por espectro cresceu a tal ponto que este desperdício está se tornando insustentável, e a chegada das redes 5G só aumenta a urgência. Por isso, a Darpa pediu aos engenheiros e pesquisadores que projetassem um novo tipo de dispositivo de comunicação que possa, via algoritmo, funcionar em diferentes frequências e utilizá-las de acordo com a disponibilidade.

Assim, em vez de ser distribuído permanentemente a proprietários únicos, o espectro seria alocado de forma dinâmica e automática em tempo real.

Como foi a competição?

A competição contou com a participação de mais de 30 equipes, que concorreram por três anos para cumprir objetivos cada vez mais difíceis. Na primeira fase, as equipes foram solicitadas a construir um rádio do zero. Na segunda fase, eles tiveram que tornar seu rádio colaborativo, para que ele pudesse compartilhar informações com outros sistemas de rádio. Na última fase, as equipes tiveram que incorporar aprendizado de máquina para tornar seus rádios colaborativos autônomos.

Na noite desta quarta-feira, os dez finalistas se enfrentaram em cinco cenários simulados. Cada cenário testou características diferentes, como a confiabilidade do serviço do sistema, sua capacidade de priorizar diferentes tipos de tráfego sem fio e sua capacidade de lidar com ambientes altamente congestionados. As equipes tiveram que desenvolver, por exemplo, suporte de comunicações para uma missão militar e uma resposta de emergência.

No final do evento, uma equipe da Universidade da Flórida levou para casa o grande prêmio de US$ 2 milhões. O protótipo da equipe vencedora ainda está em estágios iniciais e levará um tempo até chegar aos nossos telefones. A Darpa espera que o desafio inspire mais investimentos e esforços para continuar refinando a tecnologia 5G.

Fonte: MIT Technology Review

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital