O mercado de smartphones tem mostrado menos vigor, quando comparado com anos anteriores, como comprovam os números de vendas. Em 2018, pela primeira vez as vendas mundiais anuais de celulares inteligentes apresentaram queda, com recuo de 4%, com menos de 1,5 bilhão de unidades comercializadas. O cenário de retração pode ser visto também no Brasil, com queda de quase 7% no ano passado, segundo dados da consultoria IDC.

Para alguns especialistas, uma das razões para essa desaceleração no cenário mundial é o fato de que os novos smartphones atualmente oferecem poucas mudanças. As evoluções dos aparelhos têm sido consideradas pequenas por muitos usuários, quando comparadas às alterações mais profundas vistas nos anos anteriores. Esse fato levaria os consumidores a trocarem seus smartphones em intervalos maiores.

E o que a indústria pode fazer para alterar esse cenário e atrair a atenção dos consumidores novamente? A chegada de algumas e importantes tecnologias agregadas tem potencial para mudar o ambiente que temos hoje. Com a consolidação do 5G, Inteligência Artificial e das telas dobráveis, teremos alguns dos ingredientes para, uma vez mais, transformarmos os nossos inseparáveis companheiros de bolso.

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Com o 5G, teremos velocidades muito maiores (entre 40 e 50 vezes mais rápidas que o 4G, segundo os primeiros testes) e tempos de latência extremamente baixos. Da mesma maneira que há alguns anos não pensávamos na possibilidade de ver vídeos em streaming nos smartphones enquanto viajávamos nos transportes públicos, novas possibilidades seguramente surgirão para explorar essas velocidades extremas e maior estabilidade de conexão.

A tão falada Inteligência Artificial trará equipamentos cada vez mais inteligentes, com os quais poderemos interagir mais facilmente por meio do uso da voz ou gestos. Nossos equipamentos saberão cada vez mais como preferimos utilizá-los. Ao aprender com nossos hábitos, eles serão capazes de praticamente antecipar nossos desejos, fornecendo, em muitos casos, informações que desejamos sem que seja sequer necessário pedir. E que tal se os nossos smartphones entenderem quais momentos os utilizamos mais e economizarem bateria para quando mais precisarmos? E podem ser utilizados também para controlar as nossas casas… 

Com relação ao chamado “form fator” (o design dos equipamentos), alguns devem se lembrar da batalha dos celulares “barra” contra os primeiros aparelhos “clam shell”. Com a consolidação das telas dobráveis poderemos ter novamente uma maior variedade de formatos de equipamentos, depois de alguns anos da ditadura dos retângulos quadrados. Tablet/smartphones? Clamshell? Cilindros para telas enroláveis? Aqui já temos um quadro de possibilidades bem mais interessante…

E além desses três itens podemos adicionar um quarto elemento: a capacidade dos processadores, que continuará a crescer, atingindo níveis muito próximos (ou até mesmo superar) do poder de processamento dos nossos atuais notebooks. Isso trará uma liberdade ainda maior para os profissionais que usam seus notebooks para trabalhar. Esse novo poder de processamento certamente trará aos consumidores a opção de uso de equipamentos muito mais fáceis de carregar, viajar…

Esse novo cenário tecnológico, com a integração de importantes elementos, permitirá ter nos bolsos versões mais sofisticadas de nossos smartphones ou até mesmo minicomputadores. Independentemente de como iremos chamar esses dispositivos, eles serão ainda mais fáceis de utilizar, mais rápidos e inteligentes, e com formatos melhor adaptados a diferentes usos. Isso vai mudar radicalmente (mais uma vez) a maneira como utilizamos as tecnologias de comunicação em nosso dia-a-dia. E aquecer as vendas dos dispositivos móveis.