Como a inteligência de dados mudará os rumos do consumo

Mais de dois milhões de terabytes de novos dados são criados a cada dia no mundo. Como usá-los com a devida eficiência?
Redação11/10/2018 23h55, atualizada em 12/10/2018 15h00

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O uso da análise de dados para guiar tomadas de decisão não é uma prática nova, mas vem se aprimorando a cada dia, com o uso de plataformas e ferramentas digitais. Muitas empresas já perceberam seus benefícios, e por isso elas vem ganhando espaço, principalmente no mercado varejista. Os hábitos dos consumidores, seja no mundo real ou virtual, se transformam em dados que podem ser captados de diversas maneiras, e têm se tornado uma verdadeira joia para quem sabe lidar com eles. A loja de departamento americana Macy’s, que trabalha com cerca de 73 milhões de produtos, gera relatórios com informações sobre eles a cada 26 horas, utilizando dados coletados em seus estabelecimentos. E muitas outras empresas do segmento estão seguindo o exemplo e reinventando suas táticas de vendas.

De acordo com o Gartner, mais de dois milhões de terabytes de novos dados são criados a cada dia no mundo. Se bem explorados, eles podem fornecer insights importantes para tomadas de decisões para profissionais de diversos setores. E uma das primeiras áreas a perceber isso e adotar ferramentas de análise e monitoramento foi o marketing. Segundo estudo realizado pela Global DMA e pela consultoria Winterberry Group, 73% dos profissionais brasileiros acreditam que o marketing orientado por dados tem grande representatividade nos negócios.

Ao analisar dados que podem ser captados de diversas maneiras, é possível prever o comportamento do consumidor e entender o que o levou a concluir ou desistir de uma compra. Ao entender essas atitudes, fica mais fácil pensar em ações para reverter esse cenário e atrair de volta esse cliente, além de fidelizar e garantir ele se lembre sempre da marca e da boa experiência que teve com ela. Segundo a McKinsey, nos próximos cinco anos, as empresas com crescimento mais rápido usarão métodos de análise avançada e técnicas de machine learning para lidar com aspectos estratégicos fundamentais, como quais recursos alocar e quais comportamentos priorizar para impulsionar a produtividade de vendas.

Um bom exemplo de como essa análise de informações pode ser assertiva foi contado no livro “O Poder do Hábito”. Ao fazer monitoramentos para antecipar comportamentos de seus consumidores, outra grande empresa varejista norte-americana conseguiu identificar antes da própria família que uma mulher estava grávida, tamanha a assertividade da análise do comportamento da consumidora. Isso porque ela parou de comprar absorventes femininos e passou a se interessar mais por produtos que indicavam uma possível gravidez. Esses e outros motivos tornam a análise de dados tão promissora, e por isso a prática tem sido amplamente adotada pelos varejistas.

O uso dessas ferramentas vai muito além de proporcionar uma experiência melhor ao consumidor.Também pode ajudar toda a cadeia de produção a trabalhar melhor e de maneira eficiente. Ao analisar dados, é possível saber, por exemplo, se o solo está propício ao plantio de determinadas sementes, se precisa de adubação ou se possui a umidade adequada. É possível rever decisões e priorizar o plantio de um alimento cuja semente tem mais probabilidade de se adequar ao solo no momento. Assim, é viável não só aproveitar os recursos naturais, como produzir mais e melhor.

Além disso, as ferramentas analíticas também permitem monitorar as condições de armazenagem. Ou seja, é possível saber se um alimento estocado está se deteriorando devido à situação do local onde está guardado. Assim é possível coletar informações que permitam otimizar o transporte, e consequentemente, reduzir custos e melhorar a distribuição.

A inteligência de dados não só está impactando a forma como produzimos hoje, mas como produziremos no futuro. Isso porque a tecnologia afetará diretamente o desenvolvimento de novos produtos, já que os avanços nessa área ajudam a prever a aceitação de um lançamento antes que ele seja produzido. Com isso a indústria deixa de investir na fabricação de coisas fadadas ao fracasso.
Em resumo, usar a inteligência de dados nos ajudará a lidar com as demandas por consumo de forma mais assertiva, e assim, não só controlar a produção para evitar perdas como também administrar melhor os bens já produzidos. Em um mundo que sofre com o desperdício de alimentos e matéria prima, aprender a gerenciar produções e consumo pode fazer a diferença e reduzir os impactos causados pela produção industrial no meio ambiente.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital