O WhatsApp dispensa apresentações. O aplicativo é um dos mais usados do Brasil e é, provavelmente, o mais querido pelo público. O sucesso se replica em vários outros lugares do mundo, com 1 bilhão de usuários espalhados pelo planeta.

Poucos serviços online podem se vangloriar da marca do bilhão. Aqueles que podem normalmente pertencem a gigantes da tecnologia como Google e Facebook. Só que o WhatsApp é algo completamente diferente destes gigantes.

Quando foi adquirido pelo Facebook, há dois anos, os números do WhatsApp eram mais modestos: 450 milhões de usuários e uma plataforma mantida por apenas 35 engenheiros. Hoje, são 57 funcionários lidando com o aplicativo que mais do que duplicou seu público. Ou seja: o tamanho da equipe não está crescendo na mesma proporção do volume de usuários.

Isso explica um pouco da cultura interna da empresa, que ainda se comporta como uma startup, que consegue se manter ágil para mudar de forma veloz, mas depende de todos os funcionários estarem operando em sintonia. É o que explicou Rick Reed, engenheiro de software da empresa no F8, o evento de desenvolvedores do Facebook.

Isso se reflete no produto da empresa, resultado de uma estratégia de foco. Ele diz que outras empresas, como o Facebook e o Google, podem construir aplicativos complexos como o Messenger e o Hangouts. O WhatsApp, por sua vez, só quer fazer o aplicativo mais simples e mais confiável. “Nossa missão é oferecer uma ferramenta de comunicação simples, rápida, confiável, sem ‘frescuras’”, conta Reed.

Outra parte da cultura do WhatsApp que é importante é uma política que a empresa chama de “Just Enough Engineering” (traduzindo: “Apenas o suficiente de engenharia”), o que significa dimensionar e colocar apenas os recursos suficientes em um projeto para que ele se mantenha dentro do foco.

Reed conta que, com apenas 57 pessoas, o WhatsApp não tem opções como a do Facebook, que pode empilhar funcionários sobre um problema até que ele esteja resolvido. Por isso, é necessário planejamento, mas ele diz que o resultado é uma equipe pronta para resolver a tarefa. “Nós precisamos colocar as pessoas certas nas posições certas”, concluiu ele.

Infraestrutura

O WhatsApp não é só enxuto em equipe, mas também em estrutura. Com poucas pessoas para cuidar de toda a parte técnica necessária para manter o serviço funcionando, também é necessário ter poucas coisas que possam dar errado.

Basta lembrar do que aconteceu com o aplicativo quando o governo brasileiro tentou pedir informações pela via jurídica para uma investigação criminal. Não foi possível ceder as informações porque elas não estavam armazenadas nos servidores da empresa. Ao contrário de Google e Facebook, que precisam de datacenters gigantescos para guardar tudo que seus usuários fazem, o WhatsApp vai pelo caminho oposto, mantendo seus servidores apenas para entregar a mensagem para o destinatário correto.

Reed diz que a empresa preferiu não investir em automação, exceto onde foi estritamente necessário, o que significa maior intervenção humana nas questões técnicas, mas também traz maior confiabilidade e melhor tempo de respostas a correções ou novos códigos implantados no app. 

Via Business Insider