Como o smartphone dobrável pode mudar o jogo dos celulares

Rene Ribeiro27/11/2018 18h06, atualizada em 28/11/2018 09h00

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Depois de anos de avanços incrementais, como exemplo, CPUs mais rápidas e mais câmeras, o mercado de smartphones finalmente está tentando algo novo. A partir do ano que vem, devemos ver os primeiros aparelhos com tela dobrável, que são prometidos há alguns anos.

A Samsung foi a primeira a apresentar ao público o seu protótipo de smartphones dobrável com a tela chamada Infinity Flex. A Huawei vem logo atrás e pode apresentar seu celular dobrável oficial antes mesmo da Samsung e tem até data marcada: em fevereiro de 2019, na MWC, em Barcelona. Portanto, o ano que vem promete ser uma nova era para os smartphones.

Veja cinco formas de como isso pode afetar o setor de telefonia móvel.

1. Novas formas de interagir

Nos últimos anos, os fabricantes tornaram mais rápidos, com mais RAM, câmeras com 3 e até 4 lentes principais. A tela em definição 4K pode parecer legal no papel, mas as vantagens não são lá muito grandes em um celular, que tem um painel pequeno, raramente superando as seis polegadas.

Quando a primeira câmera frontal foi adicionada aos telefones, há muito tempo, ela abriu novas oportunidades: videochamadas e… selfies! Ninguém quer voltar a ter um celular sem esses recursos e o mesmo pode acontecer com os smartphones dobráveis. Da mesma forma, o menu de aplicativos do Android se tornou um recurso amplamente desejável, que permitia alternar rapidamente entre apps e melhorar a produtividade.

As telas flexíveis podem transformar o que era uma tela em duas. As configurações de monitores duplos já estão bem maduras no mundo da computação, aumentando a produtividade. E os telefones dobráveis podem trazer benefícios semelhantes de multitarefa. Isso ajudaria não apenas a produtividade, mas também o entretenimento. Se os botões forem colocados nos locais certos, imagine que um smartphone dobrável poderia ser um novo console como o Nintendo DS.

São muitas as possibilidades. Já que é possível dobrar uma tela, então seria possível também fazer um telefone com 3 ou 4 telas dobráveis. Isso vai além da ideia de um smartphone comum, mas seria possível pensar em um dispositivo de maior poder computacional, como um notebook dobrável e com tela grande. E, acredite, já existe protótipo com mais de duas telas.

2. As câmeras serão melhores

Para muitas pessoas, as câmeras são o recurso mais importante de um smartphone. E os fabricantes estão concorrendo para oferecer ótimas experiências tanto na câmera frontal quanto na principal ou, principais, no caso de aparelhos com 2 ou mais câmeras na parte traseira.

E isso tem funcionado bem, porém, os fabricantes tentam otimizar seus gastos e recursos. Com os telefones dobráveis, a câmera principal pode atuar tanto na frente quanto na traseira, e independe do dispositivo estar aberto ou fechado.

Isso significaria que as empresas poderiam se concentrar em uma câmera excepcional, em vez de dividir sua atenção entre duas, e liberar espaço valioso dentro do aparelho para outros componentes ou mesmo diminuir ao máximo a espessura do produto.

Desenvolver uma ótima configuração de câmera pode significar perder alguns recursos específicos que temos visto nos últimos tempos. Mas se as câmeras frontal e traseira do seu celular forem tão boas quanto a principal câmera do Pixel 3, você reclamaria?

3. Diminuir a ocorrência de telas quebradas

Ok, as telas dobráveispodem não excluir as telas quebradas para sempre, mas elas são feitas de forma que isso aconteça com muito menos frequência. Como as telas dobráveis são flexíveis por natureza, elas devem ser menos propensas a quebrar em uma queda. Embora ainda não saibamos quais materiais serão usados na produção de telas flexíveis (OLED de plástico ou LCD parecem ser os favoritos), sabemos que serão mais resistentes a impactos, o que significa que poderíamos estar nos despedindo de telas trincadas e reparos caros.

4. Mais poder de escolha para os consumidores e mais fôlego para os fabricantes

Devo ter um telefone com uma resolução de tela de 1080p ou 1440p? Eu quero 3 GB ou 4 GB de RAM? Estes são os tipos de perguntas que você pode ter ao comprar um telefone hoje, mas em breve você terá algo muito mais interessante: eu quero uma tela que dobre ou não? Esta é uma eventualidade bem-vinda: não é de uma hora para outra que os smartphones tradicionais vão deixar de existir e vão continuar funcionais.

Portanto, você não será forçado a obter um dispositivo dobrável e ainda pode comprar um top-de-linha como um Galaxy S ou Note da Samsung, um iPhone ou Moto Z, por exemplo. O suposto smartphone dobrável da Samsung, provavelmente chegaria ao lado do Galaxy S10 e S10 Plus, assim como o iPhone X  chegou ao lado do iPhone 8 e 8 Plus. Portanto, é mais opção de escolha para consumidores. E com mais modelos de telefones interessantes à venda, os fabricantes teriam mais tempo para desenvolver recursos mais inovadores.

E, quem sabe? Se o público não tiver interesse nos aparelhos dobráveis, eles podem simplesmente sumir das lojas depois de algum tempo.

5. O ponto final para tablets

Os tablets estão se tornando uma raça rara. Em 2014, o CEO da Best Buy, Hubert Joly , disse: “Eu não acho que exista uma categoria que tenha decolado tão rapidamente na história da tecnologia.” Mas isso mudou drasticamente em 2018.

A razão é que os tablets, laptops e smartphones se fundiram nos últimos anos. Recebemos híbridos de notebooks com tela sensível ao toque de pequeno porte; Chromebooks – que oferecem uma experiência semelhante a um Android em forma de notebook – e smartphones de tela grande que funcionam como PCs, como o caso do Note 9 e Galaxy S9, que podem ter teclado, mouse e monitor plugados a eles. O telefone dobrável poderia fazê-los desaparecer para sempre, dependendo do desempenho da CPU.

Abrir um telefone flexível para dobrar sua área de exibição o transformaria efetivamente em um pequeno tablet. Com o mesmo sistema operacional, esses dispositivos seriam um substituto mais do que adequado. A única desvantagem é que eles provavelmente terão preços altos nos primeiros anos.

E ainda assim, quando os notebooks com tela sensível ao toque e os telefones dobráveis podem fazer a vez de um tablet, qual é o objetivo de comprar apenas um tablet?

Deixe também sua opinião nos comentários. Qual recurso você queria ver em um smartphone com tela dobrável?

Colaboração para o Olhar Digital

Rene Ribeiro é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital