Na visão da Netflix, em até 20 anos, todo o vídeo que consumirmos estará na internet. É uma aposta que coloca a empresa no centro de uma revolução tecnológica que acontecerá nas próximas décadas. No entanto, para chegar lá, será necessário vencer uma barreira: o buffering.

Para quem não está familiarizado com o termo, o “buffering” é aquela situação desagradável que acontece quando você está assistindo a um vídeo por streaming e ele é temporariamente parado para que sua internet possa baixar mais partes do conteúdo antes de ele voltar a ser executado.

Uma solução para isso apontada por Reed Hastings, o CEO da Netflix, reside nas operadoras. “Várias companhias estão inovando em formas de oferecer serviços ao consumidor com dados ilimitados para vídeo, mas com velocidades limitadas. Os resultados têm sido muito eficientes nas redes para que as operadoras possam oferecer tempo ilimitado de vídeo”, ele afirmou. O executivo espera que as empresas passem a oferecer planos em que o usuário não se preocupe mais se seu pacote de dados vai estourar se ele resolver assistir a algum episódio de “Stranger Things”, por exemplo.

O problema da ideia é que ela vai diametralmente contra o conceito de neutralidade da rede, que é lei no Brasil e nos Estados Unidos. Para driblar as limitações de velocidade da internet móvel sem ferir a neutralidade da rede, a única solução é investir em novas ferramentas de compressão de vídeo e codecs.

A ideia é que os vídeos possam ficar menos pesados sem grande perda de qualidade, o que permite que eles sejam transferidos com maior rapidez. De acordo com Hastings, a empresa tem dado passos largos com a tecnologia, e agora consegue boa qualidade de imagem até mesmo com velocidades de 300 kbps. Só que a Netflix quer ir além e alcançar velocidades ainda menores.