Quem nasceu depois do ano 2000 cresceu em um mundo onde a Inteligência Artificial (IA) está, literalmente, por toda a parte. O conceito de máquinas inteligentes virou sinônimo de excelência em serviço e, principalmente, economia de custo, tanto para instituições financeiras como para lojas de varejo e empresas de telemarketing.

Na última edição da maior feira de tecnologia do mundo, a Consumer Eletronics Show (CES), realizada em janeiro último, foram apresentados robôs inteligentes capazes de realizar atividades impensáveis para uma máquina, como se relacionar com idosos, diagnosticar doenças e, até mesmo, simular emoções.

Um dos maiores (e mais simples) exemplos de popularização das máquinas inteligentes é o aumento crescente de assistentes virtuais no mercado. São agentes de software com capacidade de acessar e processar informações de uma variedade de fontes online que nos auxiliam no dia a dia com informações relevantes, como condições do trânsito ou previsão do tempo.

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A onda dos assistentes virtuais começou com a Siri, da Apple, passando para outras versões de grandes corporações como Microsoft e Google, e hoje bancos e lojas de varejo possuem suas versões de assistência inteligente ao usuário. As organizações perceberam que investir em inteligência artificial era primordial para se destacar no mercado.

Cada vez mais, empresas e instituições confiam o primeiro contato de assistência aos chatbots, programas de texto e voz que guiam o usuário pelo atendimento. Baseados em tecnologias de IA, esses bots utilizam computação cognitiva para responder aos questionamentos dos clientes, permitindo às empresas atender milhões de demandas prontamente. 

Essas soluções inteligentes de atendimento são importantes também para coletar informações do usuário, criando um banco de dados completo do cliente. Um exemplo bem-sucedido de uso de IA é a Lu, a assistente virtual do Magazine Luiza, que desde 2003 vem interagindo com os clientes da rede de varejo.

Os primeiros estudos sobre IA, há cerca de 60 anos, não eram baseados em atendimento ao usuário, mas sim na premissa de que uma máquina poderia aprender com seus próprios erros – um processo de aprendizagem semelhante ao dos humanos.

Foi na década de 50 que o cientista John McCarthy – criador do termo Inteligência Artificial – e outros pesquisadores desenvolveram programas que permitiam ao computador aprender a desenvolver estratégias de xadrez conforme disputava partidas com seres humanos. Pura tentativa e erro. Conforme perdia partidas, a máquina aprendia com os erros, tornando-se praticamente invencível.

Essas máquinas dificilmente poderiam ser chamadas de inteligentes, uma vez que só conseguiam aprender aquilo para o qual tinham sido programadas para fazer. As limitações da época desaceleraram o avanço da IA, e o progresso nesse campo de pesquisa só começou a ser verdadeiramente percebido a partir da década de 90, quando os computadores se tornaram muito mais poderosos em matéria de processamento de dados e memória, tornando-se capazes de realizar diversas atividades de uma só vez.

O passo seguinte para tornar as máquinas verdadeiramente inteligentes foi a criação das Redes Neurais Artificiais, modelos computacionais inspirados no sistema nervoso central humano. Essa complexa rede, dotada de diversos sistemas independentes e capaz de criar algoritmos de aprendizagem, passou a funcionar de modo semelhante ao cérebro humano, dando às máquinas a capacidade de escolher a melhor resposta a diferentes estímulos.

Com o desenvolvimento de outros conceitos, como o aprendizado das máquinas (machine learning), os computadores conseguiram reconhecer padrões e aprender sozinhos, sem que tivessem sido previamente programados para tal. Algoritmos e Big Data dão munição para que possam evoluir constantemente, de maneira cada vez mais independente.

Independência, aliás, é a palavra de ordem para as pesquisas mais recentes em IA. Devido à alta capacidade cognitiva dos computadores modernos, eles estão recebendo cada vez mais autonomia para realizar escolhas importantes – muitas das quais dependem a vida de milhares de pessoas.

Seis décadas após o início do desenvolvimento de sistemas que simulam a capacidade humana de pensar de modo racional e inteligente, o conceito se difundiu de tal forma que 2018 foi definido por muitos como o ano da IA.

Ao contrário do que se pensava inicialmente, os mecanismos que tornam a máquina inteligente vieram para humanizar o atendimento ao usuário. No último ano, a IA desempenhou papel fundamental em inovações médicas e em questões de ajuda humanitária.

Nossa constante dependência computacional e a difusão da IA não permite mais imaginar a vida sem a assistência de máquinas. As experiências digital e convencional estão cada vez mais se fundindo.  Empresas e instituições financeiras já não conseguem operar de forma competitiva sem a ajuda de IA em seus processos diários.