Aumente o zoom no aplicativo do Google Maps e, em algum momento, as formas dos prédios vão aparecer. Cenas como essa, essenciais para a ferramenta, são criadas graças à inteligência artificial (IA). E isso não é tudo que ela faz pelo aplicativo: nos últimos anos, o Google investiu na tecnologia de aprendizado de máquina para, automaticamente, acompanhar as mudanças na geografia do mundo e atualizá-las no mapa.

A multinacional percebeu que deveria recorrer a alguma estratégia de tecnologia avançada para manter os mapas atualizados em 2015, segundo funcionários do Google Maps. Manter mapas de mais de 200 países atualizados é difícil. Por isso, a equipe da plataforma teve de passar de apenas formuladores de mapas para o acompanhamento da transformação geográfica. “Precisamos criar o sistema que faz o mapa”, diz Andrew Lookingbill, diretor de engenharia do Google Maps.

A empresa, então, se voltou para a IA. A manutenção do Maps depende de algoritmos de aprendizado de máquina, que capturam imagens — como as fotos tiradas por carros do Google ou por satélites —e atualizam os mapas com base nelas. Essas informações incluem o nome de uma estrada, um número de casa ou a forma de um edifício visto de cima.

Lookingbill chama esse processo — de análise das imagens e atualização do mapa — de “o primeiro passo para que os mapas [da plataforma] se corrijam sozinhos”. Com a tecnologia, o processo, incluindo a adição de novos lugares, foi muito acelerado. O algoritmo pode examinar, por exemplo, imagens de satélite e desenhar a forma de um prédio na plataforma do Google.

Graças a isso, segundo Lookingbill, a empresa foi capaz de “dobrar o número de edifícios que temos ‘desenhados'” na plataforma em um ano. “Para efeito de comparação”, acrescenta ele, “todos os prédios anteriores que tínhamos demoraram uma década para mapear”. O Google ainda testa o uso de IA para desenhar novas estradas no mapa — também a partir da análise de imagens.

Para além do Google Maps, a Apple também está criando mapas com mais detalhes em seu próprio aplicativo de localização geográfica. Mudanças na experiência com o recurso devem ser vistas no iOS 13, que será lançado nas próximas semanas.

Via: Popular Science