CNH Digital é usada por apenas 0,36% dos motoristas brasileiros

Renato Santino17/07/2018 01h09

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A CNH digital chegou fazendo barulho, com bom motivo: o documento digital permitiria deixar em casa um documento extra e sinalizava um futuro em que o celular poderia substituir boa parte da nossa burocracia. Alguns meses depois, no entanto, pouquíssimos motoristas aderiram, como demonstra uma matéria do Estadão.

De todos os motoristas do Brasil, apenas 0,36% já criaram sua CNH digital, o que representa cerca de 247,6 mil pessoas por todo o país. Deste total, a maior parte vem do estado de São Paulo, o mais populoso do Brasil, onde já foram emitidas 49.955 unidades, mas esse número representa apenas 0,22% dos condutores da região. Proporcionalmente falando, Goiás e Rio Grande do Sul são os estados de maior adesão, alcançando 1,13% e 1,03% dos motoristas, respectivamente.

De acordo com a publicação, um dos principais motivos para a baixa adesão está na necessidade de um certificado digital, como o e-CPF, que é pago e pode custar R$ 100. Também não contam a favor da CNH digital o fato de que é necessário ter a versão mais recente do documento de papel, que conta com QR Code; isso faz com que muitos tenham que solicitar uma segunda via da carteira de motorista para dar início ao procedimento de digitalização. O fato de ter que se dirigir presencialmente ao Detran para fazer a validação também afasta muita gente.

O aplicativo em si também não tem agradado o público, tanto no Android quanto no iOS, onde os apps receberam avaliação 2,7 de 5 e 2,3 de 5 respectivamente. Há vários relatos de dificuldade de instalação e de uso da plataforma, o que não ajuda a converter o público que instala o aplicativo no celular em usuários de fato da CNH Digital. Até o momento, já foram mais de 2 milhões de downloads, próximo de 10 vezes o número de pessoas que de fato possuem o documento virtual.

O Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), órgão estatal que desenvolve o aplicativo, informou ao Estadão que já está em desenvolvimento uma versão 2.0 do aplicativo, com previsão de lançamento para o segundo semestre deste ano. A nova versão também contemplará a documentação do veículo.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital