Cloud Computing: você já usa o dia inteiro

Cloud Computing é utilizar a Internet como um poderoso computador. É a definição mais simples, direta e correta que você precisa saber.
Redação29/10/2018 18h26, atualizada em 30/10/2018 00h30

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Nós, profissionais de Tecnologia da Informação, temos uma grande dificuldade de nos fazer entender. É difícil compreender o que falamos – assim como outras profissões que, como a minha, não foram treinadas para se comunicar e explicar o que realmente fazem. No nosso caso, éramos coadjuvantes. A vida profissional e pessoal das pessoas era pouco afetada por TI: havia um eletrodoméstico chamado computador, até aí tudo bem. E também havia uma área de TI na sua empresa, mas era apenas um apoio para nossas vidas. A gente tinha uma vida analógica.

Com o avanço da internet e a evolução da tecnologia, tudo mudou. Tecnologias novas surgiram e, entre elas, o conceito de Cloud Computing. Procure e vai achar definições complexas sobre o tema, feitas por e para especialistas – que, diga-se de passagem, não entenderam o impacto da nuvem na vida e na civilização antes de chegarmos onde estamos hoje. .

Cloud Computing é utilizar a Internet como um poderoso computador. Esta é a definição mais simples, direta e, portanto, correta que você precisa saber. Antes de Cloud, você contava apenas com seu computador (ou celular, que é um computador, né?) para fazer tudo. E o “tudo” era muito pouco comparado ao que temos hoje: planilhas, editor, jogos “solitários”, software que precisava ser reinstalado (com uma pilha de disquetes, lembra?). Do outro lado, não havia nada mais do que websites corporativos e algum e-commerce, que caía com frequência pois não suportava o próprio sucesso. Mas tudo mudou a partir do uso da tecnologia em nuvem.

Cloud Computing está por trás de quase tudo que usamos hoje e que transformou nossa vida: Netflix, Waze, whatsapp, Instagram, Face, Uber, Spotify, Youtube, Jogos online, dropbox etc; e no mundo corporativo, Azure, AWS, Microsoft 365, SalesForce etc. Nossos telefones de bolso até fazem ligação (um hábito em decadência até na minha geração), mas viraram um inacreditável canivete suíço digital, capaz de nos ajudar a decidir o que fazemos, com quem falamos, por onde vamos, onde comemos, o que vestimos e as notícias que lemos, falsas ou verdadeiras. Ou seja, apesar da tecnologia, ainda decidimos o que consumir. Mas como tudo isso funciona? Qual a mágica do Cloud Computing? Vamos lembrar que “cloud” significa a internet. Nós, profissionais de TI, sempre desenhamos a Internet como uma nuvem, daí o tão famoso nome. Para a Internet funcionar, há uma incalculável quantidade de equipamentos e softwares do outro lado da linha – ops, do wifi, do 4G ou seja lá como você acessa. O mais importante destes componentes é o servidor, que nada mais é que um computador de grande porte que tem uma capacidade de processamento centenas de vezes maior do que o celular que você usa. Ali, softwares sofisticados, em desenvolvimento há décadas, permitem que estas máquinas poderosas sejam utilizadas de maneira fracionada.

É como o Uber que você contrata ou tantos outros serviços similares: você só paga pelo que usa. No aplicativo de transporte, o preço remunera alguns minutos de custo do carro assim como seu desgaste, combustível e, obviamente, o trabalho do motorista e o lucro da empresa. Em Cloud é igual: você pode ter, por alguns minutos, um computador enorme à sua disposição. Ou milhares, pois existem milhões disponíveis. E, assim como no Uber, o valor que você paga é muito atrativo e conveniente. O Uber e todos os aplicativos que citei acima foram desenvolvidos em nuvem e, na prática, não seriam possíveis sem ela. Ou seja, seriam proibitivamente lentos, caros e complexos.
Há mais ou menos 15 anos, uma ”startup” – não usávamos esse nome naquela época – precisava montar toda sua tecnologia dentro de causa. Atraíam investidores para pagar máquinas, software etc. E a inovação fracassava. Hoje, você pode começar sua startup ou se tornar famoso sem investir quase nada. Os investimentos vão para as pessoas que você vai contratar quando o negócio começar a dar certo. Esta história é a que se repete no mundo todo, inclusive, e felizmente, no Brasil. Por trás disso, está Cloud, o computador da Internet.

E já que é tão barato e fácil criar com Cloud, fomos além: Inteligência Artificial, que era um assunto acadêmico, já faz parte de nossas vidas: waze, sugestões do Netflix, seu comportamento de compra ou de aprendizado sendo analisados para te servir melhor. IoT, dispositivos conectados à nuvem, que você usa sem perceber. É seu celular avisando uma loja em promoção no shopping ou o waze descobrindo que tem trânsito em uma avenida medindo a velocidade dos seus usuários. Machine Learning, aquele chat que você usou para tirar dúvidas de um produto ou agendar sua consulta, que na verdade é um chatbot, um software em Cloud. Nada disso era possível, embora desejável. CloudComputing resolveu.

Eu lembro de uma charge de uns 40 anos atrás, que mostrava a empresa reunida diante do presidente, um computador e um rapaz que hoje chamaríamos de geek ou “o rapaz gênio da TI”. O presidente falava, “aqui está nosso computador, que acabei de comprar e vai resolver os problemas que não tínhamos antes”. Ele estava certo e esta constatação é muito atual. Cloud Computing nos apresenta desafios enormes. Você, inclusive, já conhece alguns: o vício no celular, o “trânsito do waze”, as fakenews, a invasão da privacidade das redes sociais e do monitoramento involuntário. Mas é só o começo. Assim como os computadores e todas as outras tecnologias que sempre surgem, maturidade, disciplina, equilíbrio, bom senso e racionalismo também são obrigatórios.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital