Quem estiver planejando uma viagem aos Estados Unidos, nas férias de julho, poderá encontrar um convidado inesperado no Dali Museum: o próprio Salvador Dalí. A atração, localizada na cidade de São Petersburgo, na Flórida, anunciou que uma reconstrução dotada de inteligência artificial do artista espanhol irá acompanhar as telas do museu a partir de abril deste ano.
Uma equipe da Goodby Silverstein & Partners usou arquivos em vídeo de Dalí para treinar a máquina a mimetizar o rosto do artista. A seguir o resultado foi sobreposto em um ator com semelhanças físicas ao artista. O pintor virtual deve rascunhar tanto nas obras do próprio Dali quanto comentar fatos que se deram após sua morte, em 1989 – algo tão educacional e, claro, surreal quanto o trabalho de Dalí.
O efeito é intrigante. A voz é diferente, já que a recriação dela não faz parte do pacote, mas apenas um míope poderia desconfiar que a holografia não seja de Dalí e seu bigode inigualável em pessoa. Há uma previsão de críticas – a ressureição holográfica de cantores legendários, por exemplo, desagrada a muitos fãs de música. No entanto, o museu argumenta que a holografia é fiel à personalidade de Dali.
O diretor executivo Hank Hine declarou à Artnet News que Dali se interessava pela exposição midiática e tinha um sincero “sentimento de sua própria significância eterna”. No fim das contas, ele pintou A Persistência da Memória. Provavelmente, Dalí “tiraria um sarro” ao enxergar a si mesmo eternizado na forma digital.