Cientistas ingleses transformam lixo nuclear em ‘baterias de diamante’

Projeto visa reaproveitar grafite radioativa, usada para moderar reações nucleares dentro do reator, como matéria-prima para a produção de pequenas baterias com autonomia de até 5 mil anos
Rafael Rigues23/01/2020 15h06

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Pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, descobriram uma forma de transformar toneladas de grafite radioativa, usada na operação de usinas nucleares, em “baterias de diamante” que poderiam alimentar dispositivos elétricos por milhares de anos.

Os blocos de grafite são usados como moderador das reações nucleares dentro do reator. Depois de usados, são considerados lixo radioativo e precisam ser armazenados em instalações especiais longe do contato humano por ao menos 30 anos.

Grafite é uma forma cristalina de Carbono, assim como os diamantes. Usando um método conhecido como deposição química de vapores, a grafite é convertida em pequenos diamantes contendo Carbono-14, que é radioativo. Quando colocados em um campo radioativo, estes diamantes produzem uma pequena corrente elétrica, que pode ser usada para alimentar equipamentos de baixo consumo como sensores remotos.

Como o Carbono-14 tem uma meia-vida de 5 mil anos, estas baterias seriam ideais para uso em locais onde a troca de baterias convencionais é difícil ou impossível, como em equipamentos instalados em vulcões, marca-passos ou sensores em naves espaciais.

O estudo está sendo conduzido na Usina Nuclear de Berkeley, que foi a primeira usina nuclear comercial do mundo, desativada em 1989. Segundo Tom Scott, líder do projeto, a fábrica de diamantes poderia ser instalada no mesmo local da usina, utilizando o material armazenado como matéria-prima.

Fonte: Popular Mechanics

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital