O MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) anunciou nesta semana algo que deve agradar aos góticos de plantão: os engenheiros da instituição conseguiram criar o material mais preto já visto, 10 vezes mais escuro do que qualquer outro material já produzido pelas mãos humanas.

Utilizando nanotubos de carbono alinhados verticalmente criados sobre papel alumínio, os cientistas conseguiram criar um material que absorve 99,995% da luz que é apontada para ele em qualquer ângulo. E o mais interessante: tudo isso foi feito por acaso.

Os pesquisadores estavam trabalhando em outra coisa quando fizeram a descoberta. A ideia era criar nanotubos de carbono sobre materiais com boa condutividade, como é o caso do alumínio, para melhorar suas propriedades térmicas e elétricas. No entanto, o resultado do experimento acabou surpreendendo os cientistas, que só perceberam o que tinham em mãos após a medição da refletância óptica.

Por enquanto, o material ainda não foi usado com uma finalidade prática, mas já foi aplicado em uma exposição artística. A peça, chamada de “A Redenção da Vaidade”, exposta na bolsa de valores de Nova York, mostra um diamante amarelo de 16,78 quilates que foi completamente coberto com o material. Como resultado, a pedra, avaliada em US$ 2 milhões, aparece apenas como uma mancha preta plana no ar, como se seus contornos tivessem sido achatados. É a imagem no topo da notícia; se você não consegue ver o diamante na parte direita da imagem, tente ajustar o brilho e o contraste da sua tela.

Existem aplicações práticas, no entanto. Telescópios, por exemplo, podem se beneficiar do material para reduzir ao máximo os reflexos indesejados, o que pode ajudar a descobrir exoplanetas. Quanto mais preto, menos luz refletida, e menos interferência na imagem.

A busca pelo “preto mais preto” ganhou mais notoriedade nos últimos tempos graças a uma outra empresa chamada Surrey NanoSystems. A empresa tem em suas mãos um material chamado “Vantablack”, que chega a absorver 99,96% da luz jogada em sua direção. Recentemente, a BMW anunciou um carro coberto com esse material, criando uma sensação “2D” ao veículo.