Cientistas criam tratamento para diabetes com pele geneticamente modificada

Redação04/08/2017 12h26, atualizada em 04/08/2017 12h52

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Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Chicago criou um tratamento para diabetes que usa enxertos de pele geneticamente modificada. De acordo com o estudo que eles publicaram hoje detalhando o procedimento, o método foi testado com sucesso em ratos de laboratório e pode ser transposto para humanos com facilidade.

Para realizar o tratamento, os médicos coletaram células-tronco dos ratinhos e transformaram-nas em células de pele por meio da ativação de alguns genes. As células eram então modificadas com o método CRISPR de edição genética para que produzissem um hormônio chamado de GLP-1. Esse hormônio, segundo a New Scientist, reduz o apetite e regula a quantidade de glicose no sangue, pois estimula a produção de insulina.

Pele com insulina

Essas células eram então desenvolvidas de maneira a criar um enxerto de pele. Graças à modificação genética, esse enxerto era capaz de regular os níveis de glicose no sangue dos ratos. Ele foi aplicado a vários ratinhos, que depois foram alimentados com uma dieta altamente gordurosa. No final do experimento, os ratinhos com o enxerto ganharam apenas metade do peso que os ratinhos sem ele. Eles também desenvolveram menos resistência a insulina, que é um dos precursores da diabetes tipo 2.

Os pesquisadores ainda deram mais um passo: eles usaram células-tronco humanas para criar enxertos de pele humana com a mesma modificação, e enxertaram-na nos ratinhos. Mesmo tratando-se de pele humana, os ratinhos com o enxerto tiveram os mesmos benefícios. Como o enxerto de pele é capaz de produzir insulina por aproximadamente três meses, os pesquisadores acreditam que ele será um tratamento melhor do que a aplicação diária de injeções de insulina.

Chegando aos humanos

Segundo Xiaoyang Wu, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, não deve ser muito difícil levar esse tratamento dos ratinhos para os humanos. Isso porque enxertos de pele já são usados há bastante tempo como tratamento para feridas de queimadura. Por isso, os desafios imunológicos de se usar pequenos transplantes de pele já são bem conhecidos.

Timothy Kiefer, outro dos cientistas que participaram na pesquisa, diz ainda que o tratamento de diabetes será apenas um primeiro passo. Ele acredita que seja possível usar um método muito parecido para criar enxertos de pele capazes de tratar outras doenças também. Bastaria usar o CRISPR para fazer modificações diferentes nos genes.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital