Uma equipe de pesquisadores anunciou uma tecnologia que pode revolucionar o tráfego de dados e, consequentemente, a velocidade da Internet. Os cientistas criaram uma tecnologia de laser capaz de transmitir cerca de 661TB através de uma única fibra óptica. Além da maior largura de banda, a novidade ajudaria ainda a reduzir o consumo de eletricidade gerada pela internet.
De acordo com a publicação do Ars Technica, os lasers atuais são bastante ineficientes para a crescente demanda por dados. Para se ter uma ideia, os melhores equipamentos alcançam uma eficiência de cerca de 30%. Atualmente, para encaixar mais dados em um cabo de fibra óptica, as empresas precisam dividir os dados em diferentes cores de luz, cada uma demandando o seu próprio laser, aumentando o gasto de energia.
Na técnica criada pelos pesquisadores, ao invés de emitir uma cor única, os lasers passam a emitir pulsos de cores. Esses pulsos são criados pela adição de muitas cores puras separadas por intervalos uniformes de frequência. Entretanto, como os equipamentos não são capazes de gerar muitas das luzes necessárias, a equipe desenvolveu uma saída para o problema.
Para gerar os feixes ausentes, a tecnologia utiliza o pequeno fio de 300 nanômetros de diâmetro pelo qual o laser é disparado, resultando em uma luz muito brilhante. Essa alta intensidade faz com que o próprio cabo crie o restante das cores necessárias, que seguem o espaçamento definido pelo pulso do laser. Assim, a fibra óptica consegue manter as 80 cores altamente puras para que o sistema funcione.
Ainda não acabou: cada luz emitida pelo laser é dividida em duas polarizações, contribuindo com dois canais. Como o laser é pulsado, as informações podem ser colocadas em quatro intervalos de tempos diferentes, o que faz com que cada cor contribua com 320 Gbps. Multiplicando esse valor pelas 80 cores disponível, chegamos a uma taxa total de 25 Tbps.
A fibra que transporta o sinal consiste em 30 núcleos orientadores de luz, cada um deles transportando os 25 Tbps. Multiplicando novamente, temos uma taxa total bruta de 768 Tbps. No entanto, como os dados são transmitidos com alguma redundância para corrigir erros de forma antecipada, a taxa de transferência final acaba sendo de 661 Tbps.
Do ponto de vista energético, os ganhos também são impressionantes. A nova técnica usa cerca de 5% da potência óptica que seria consumida se a mesma quantidade de cores fosse emitida separadamente pelos métodos tradicionais. Considerando que a internet já gasta 8% da energia elétrica produzida no mundo, seria uma mudança mais que bem-vinda.