Cientistas criam robôs movidos a umidade, que não usam baterias

Redação26/01/2018 17h22, atualizada em 26/01/2018 19h45

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Uma equipe de pesquisadores da Universidade Nacional de Seoul, na Coreia do Sul, desenvolveu uma série de pequenos robôs que conseguem se mover sem a necessidade de uma bateria para armazenar e gerenciar a eletricidade em seus circuitos. Segundo o estudo publicado pelos pesquisadores, eles usam a umidade do ambiente para se mover.

Os cientistas chamaram suas criações de “hygrobots”. Eles medem apenas alguns centímetros, e são construídos com duas camadas diferentes de materiais. De acordo com o Inside Science, uma delas é uma camada altamente sensível à umidade do ar; em ambientes úmidos, ela absorve a umidade e aumenta de tamanho. Como a outra camada não muda de tamanho, o robô acaba se dobrando, e essa dobra é o que faz com que ele se mova. O vídeo abaixo mostra os “hygrobots” em ação:

A camada sensível a umidade é capaz até mesmo de detectar variações muito pequenas. Com isso, é possível, por exemplo, fazer um robô capaz de se mover sobre superfícies úmidas: a diferença de umidade entre o chão é suficiente para fazer com que o material se dilate (quando está perto do chão) e se contraia (quando ele se dobra e se eleva um pouco acima do chão).

Esse tipo de movimento foi inspirado, segundo os cientistas, em uma planta chamada Pelagornium carnosum. Quando o ar está úmido, as folhas da planta se fecham; quando ele fica mais seco, as folhas abrem. Isso permite que a planta libere suas sementes quando o vento está menos úmido, o que ajuda a fazer com que elas voem mais longe.

Aplicações

De acordo com os pesquisadores, robozinhos desse tipo “podem ser amplamente usados em aplicações médicas, militares e industriais”. Um exemplo disso já foi demonstrado pelos pesquisadores: eles fizeram um robô revestido de antibióticos atravessar uma placa de petri cheia de bactérias. A umidade da placa fez com que o robô andasse sobre ela, e como ele estava revistido de antibióticos, ele deixou atrás de si um pedaço sem bactérias, como pode ser visto na imagem abaixo:

Reprodução

Segundo o estudo, os robôs também poderiam ser adaptados para ter um material sensível à concentração de determinados gases, por exemplo. Com isso, eles poderiam ser usados também para enviar materiais ou registrar imagens de locais com concentrações elevadas de gases tóxicos. Finalmente, em termos de aplicações médicas, os robôs também seriam capazes de levar medicamentos a determinados pontos da pele de pacientes, movidos apenas pela umidade da pele.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital