Cientistas criam plantas brilhantes a partir do DNA de cogumelos

Modificações serão usadas para entender processos internos das plantas; pesquisadores também pensam em vendê-las como vegetação ornamental
Luiz Nogueira28/04/2020 17h32

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A chance de ter uma planta ou flor brilhante em seu jardim pode estar cada vez mais próxima. Isso porque cientistas conseguiram criar vegetais que cintilam, graças aos poderes bioluminescentes dos cogumelos.

Uma pesquisa criada por especialistas da Planta, divisão da Acadêmia Russa de Ciências, publicada pela revista Nature Biotechnology, descreve uma técnica que utiliza o DNA de cogumelos “brilhantes” para criar plantas que emitem luzes extremamente brilhantes.

A técnica pode ser eventualmente usada para entender o funcionamento interno das plantas, mas também introduz a possibilidade de termos espécies que reluzem em casa.

De onde vem o brilho?

A chave do processo é uma molécula orgânica chamada ácido cafeico, encontrada em todas as plantas. Duas enzimas são responsáveis por converter o primeiro composto em um precursor luminescente, fazendo com que ele seja capaz de disparar fótons, ou seja, luz.

Reprodução

Para realização do feito, os cientistas reconhecem que plantas e cogumelos não estão intimamente relacionados, por isso desenvolveram um processo metabólico compatível para ambos.

Esse processo resultou em uma vegetação que consegue produzir brilho próprio, sem a necessidade de introduzir bioquímicos. Com as modificações, os vegetais conseguem brilhar continuamente durante seus ciclos de vida. Além disso, foi observado que as alterações não prejudicam o desenvolvimento e a saúde das folhas.

Em um estudo anterior, pesquisadores conseguiram o mesmo feito usando genes bioluminescentes de bactérias. O problema é que essas plantas não possuíam um brilho tão intenso, por isso foram deixadas de lado.

Resultados para o futuro

Os pesquisadores utilizaram plantas de tabaco para o experimento justamente por crescerem rapidamente e por serem facilmente modificáveis geneticamente falando. No entanto, eles observam que espécies como pervinca, petúnia e rosa podem ser alteradas da mesma maneira.

A ideia dos envolvidos no estudo, além de observar processos internos nas espécies, é criá-las para fins ornamentais. Para isso, uma nova empresa, chamada Light Bio, foi fundada. No futuro, os cientistas destacam que gostariam de tornar as plantas ainda mais brilhantes e possivelmente capazes de responder às pessoas e arredores.

Via: Gizmodo 

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital