Cientistas acidentalmente criaram um peixe híbrido apelidado de “sturddlefish”, que nasceu do cruzamento entre peixes-espátula (paddlefish) estadunidenses e esturjões (sturgeon) russos.
Ambos são espécies de peixes muito conhecidas: o peixe-espátula por seu focinho longo e o esturjão por suas ovas, as quais são comercializadas como o sofisticado caviar. Além disso, as duas espécies são tidas como peixes fósseis, já que possuem uma linhagem muito antiga.
Outra coisa que une o peixe-espátula e o esturjão é a possível extinção dos dois. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), as duas espécies estão criticamente ameaçadas e foi isso que levou pesquisadores a criá-los em cativeiro a fim de estudar a possibilidade de perpetuar os peixes artificialmente em um primeiro momento.
Com ambas as espécies em cativeiro, os cientistas utilizaram ginogênese, um método de reprodução assexuada, para entender como os peixes se comportariam nesse cenário. O problema é que, no processo de ginogênese, os pesquisadores acidentalmente utilizaram espermatozoides de peixe-espátula para fertilizar óvulos de esturjão – e a hibridação funcionou.
“Nunca quisemos brincar com hibridação”, disse Attila Mozsár, cientista do Instituto de Pesquisa de Pesca e Aquicultura da Hungria. “Foi absolutamente não intencional”, acrescentou ela, que trabalhou ao lado de outros pesquisadores para fazer as fertilizações.
Assim que os peixes eclodiram das ovas, os cientistas se depararam com dois grupos diferentes: alguns sturddlefishs possuem o dobro do DNA materno, portanto, se parecem mais com esturjões, enquanto outros têm a mesma quantidade de DNA materno e paterno e representam a exata mistura entre as duas espécies.
Diferentes tipos de sturddlefishs de acordo com a quantidade de DNA materno e paterno. Imagem: Reprodução
Apesar de acidental, a hibridação foi a primeira bem-sucedida entre peixes-espátula e esturjões, bem como entre membros das famílias Acipenseridae e Polyodontidae.
Vale lembrar que a maioria das espécies híbridas feitas pelos seres humanos são estéreis e, consequentemente, não conseguem se reproduzir na natureza. Sendo assim, não espere encontrar sturddlefishs por aí.
Via: CNET