A indústria de tecnologia não gosta de lembrar, mas a produção dos eletrônicos que consumimos frequentemente tem um impacto horrível no meio ambiente, despejando contaminantes como cádmio, mercúrio e chumbo em rios e nos solos, tornando-os inabitáveis para várias formas de vida. A nova ideia é recorrer à nanotecnologia para conseguir limpar este estrago.

Uma equipe internacional de cinco pesquisadores formada por pesquisadores de centros de pesquisa de Alemanha, Espanha e Cingapura desenvolveu uma gama de microrrobôs de grafeno, cada um deles menor do que a espessura de um fio de cabelo. Eles são capazes de remover partículas de chumbo de água contaminada de forma mais eficiente do que outros métodos já conhecidos.

Os robôs em questão têm formato de tubo, organizado em três camadas diferentes. A camada externa, formada de óxido de grafeno, absorve as partículas de chumbo. A intermediária, feita de níquel, permite o controle externo dos robôs por meio de um campo magnético. Já a camada mais baixa, de platina, dá aos robôs propulsão própria, adicionando peróxido de hidrogênio (conhecido comercialmente como água oxigenada) à água. A platina reage com o material, decompondo o peróxido de oxigênio em água e oxigênio, propulsionando o microrrobô.

Segundo os pesquisadores, um “enxame” destes robozinhos pode reduzir a quantidade de chumbo na água em 95% em apenas 60 minutos. Eles afirmam que a técnica é capaz de reduzir a quantidade de 1 mil partes por bilhão para apenas 5 partes por bilhão neste período. No entanto, este resultado depende, claro, do volume de água e do número de robôs trabalhando.

Os cientistas afirmam que também é possível reutilizar estes robôs. Depois de absorver os íons de chumbo, o controle por campo magnético pode ser usado para tirá-los da água. Basta limpá-los para poder colocá-los novamente na água para trabalhar.

A próxima etapa é criar robôs capazes de limpar uma gama muito maior de poluentes industriais, e não apenas o chumbo. Também é necessário criar um método para reduzir o custo de produção para que a técnica se torne viável.

Via Phys.org e CNET