Cientistas criam material flexível que pode substituir tecidos humanos

Feita à base de PMMA, material que dá origem ao acrílico, substância é macia, flexível, extremamente elástica e pode ser moldada para impedir o crescimento de bactérias ou transportar medicamentos
Rafael Rigues18/03/2020 17h48

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Um novo material biocompatível (ou seja, que pode ser usado dentro do organismo sem gerar uma resposta do sistema imunológico) foi desenvolvido por pesquisadores da Chalmers University of Technology, na Suécia, e tem o potencial para causar um grande impacto no tratamento de pacientes que sofrem de várias enfermidades.

A base do material é o Polometilmetacrilato (PMMA), a base para o que é conhecido comercialmente como acrílico. Os pesquisadores queriam produzir um material rígido, que pudesse ser usado para substituir ossos, mas o resultado não foi o esperado: em vez disso o que conseguiram foi uma substância macia, flexível e extremamente elástica.

O material pode ser adequado para muitas aplicações que exigem um conjunto incomum de propriedades: alta elasticidade, fácil processamento e adequação para usos médicos. “O primeiro uso que estamos investigando é em cateteres urinários. O material pode ser construído de forma a impedir que bactérias cresçam em sua superfície, o que o torna bastante adequado para uso médico”, disse Martin Andersson, líder de pesquisa no estudo e Professor de Química na universidade.

Como pode ser inserido ou injetado através de incisões mínimas, o material reduz a necessidade de procedimentos drásticos para a reconstrução de partes do corpo. Ele pode até mesmo ser injetado em estado líquido, se solidificando e formando estruturas elásticas tridimensionais dentro do organismo.

Outro uso potencial é como substituto para cartilagens, ou como preenchimento em procedimentos estéticos. Graças a nanoporos em sua estrutura o material pode ser “carregado” com medicamentos que são liberados gradualmente dentro do organismo, facilitando o tratamento localizado de inflamações, por exemplo, sem a necessidade de tratar o corpo inteiro com antibióticos.

Os pesquisadores fundaram uma empresa, a Amferia, para comercializar a invenção. “Nosso objetivo é oferecer benefícios reais para a sociedade”, disse o Dr. Anand Kumar Rajasekharan, Ph.D. em Ciência de Materiais.

Fonte: Phys.org

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital