Uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Mídia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts desenvolveu uma interface que permite programar os movimentos de pequenas gotas de água sobre uma superfície.
O projeto ganhou o nome de “interface calma”. As gotas de água ficam sobre uma superfície revestida com material de baixa fricção, que por baixo é conectada a fios de cobre que emitem pulsos de eletricidade ao comando dos cientistas.
Esse sistema é ligado a um computador, por onde os pesquisadores controlam os pulsos de eletricidade e, consequentemente, os movimentos e os formatos das gotas de água que ficam sobre a superfície hidrofóbica.
Assim, é possível programar movimentos específicos para cada gota, que se movem de acordo com uma coreografia coordenada no computador. O controle sobre as gotas é tão preciso que dá até para juntar uma gota na outra e depois separá-las novamente.
Ao Engadget, o líder do projeto, Udayan Umapathi, explicou como esse tipo de interface pode ser usado de forma prática. A principal aplicação seria artística, como uma instalação em que as gotas se movem ao ritmo de uma música, por exemplo.
Outra possível aplicação seria a de games. Umapathi demonstrou uma performance das gotas programáveis que funciona como um “Pac-Man”. Chacoalhando um tabuleiro, o usuário controla o movimento de uma gota, cujo objetivo é “comer” outras gotas que se movem de forma autônoma.
Por fim, uma aplicação mais conceitual é demonstrada por Umapathi na forma de uma mensagem de texto que, enviada de um celular, surge para o destinatário num espelho embaçado de um banheiro, graças à programação aplicada sobre as gotículas de água que ficam sobre o vidro.
A ideia por trás de tudo isso, segundo Umapathi, é substituir a relação das pessoas com telas eletrônicas por uma relação com materiais encontrados na natureza. Não há previsão de quando essa tecnologia será empregada em produtos disponíveis no mercado.