Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Exeter criou um novo tipo de concreto que aguenta duas vezes mais peso e resiste quatro vezes melhor a água do que o original. O novo material foi desenvolvido usando grafeno, e tem ainda outra vantagem: sua produção é mais favorável ao meio ambiente que a do concreto tradicional, pois gera menos gases estufa.
Para produzir esse novo tipo de concreto, os cientistas suspenderam uma camada de espessura atômica na água durante o processo de formação do concretodo concreto, segundo o estudo que eles publicaram. Dessa forma, o concreto armado se tornava mais resistente. E os pesquisadores afirmam que esse método pode ser usado em situações de produção em larga escala.
“Você pode usar só metade do concreto por centímetro cúbico e ainda ter a mesma força. Ou, em áreas do mundo sujeitas a enchentes, você pode aumentar a durabilidade e vida útil de qualquer edifício”, disse Monica Craciun, professora de nanociência e uma das autoras do estudo. Em entrevista ao Digital Trends, ela afirmou que ele também pode ser usado para permitir a construção de edifícios ainda mais altos.
Concreto verde
Outra vantagem desse novo tipo de concreto é que ele é menos danoso ao meio ambiente. Segundo o Science Daily, ele permite cortar em quase 50% os outros materiais necessários para se fabricar concreto. Isso, por sua vez, impede a emissão de 446 quilos de gás carbônico por tonelada de concreto produzido.
Durante o processo de produção do concreto, os gás carbônicos são emitidos por dois motivos: primeiro, para gerar a energia necessária para a sua fabricação. E, segundo, porque o processo químico por meio do qual o concreto é gerado emite gás carbônico também. Isso é um dos fatores que contribuem para que cerca de 6% da emissão de gases estufa do mundo venha da fabricação de concreto, segundo Guardian.
Segundo Dimitar Dimov, outro autor envolvido na pesquisa, o novo material “é o primeiro passo, mas é um passo essencial na direção de criar uma indústria de construção mais sustentável para o futuro”. E como o Guardian aponta, as amostras criadas pelos pesquisadores para mostrar a eficiência de sua nova descoberta se adequam aos padrões europeus de construção civil, o que indica que o novo concreto pode começar a ser usado muito em breve.