Pode parecer estranho, mas cientistas foram capazes de gravar um GIF animado em DNA. Sim, o mesmo DNA que constitui todas as formas de vida conhecidas também pode ser usado para armazenar informação, como descrito em artigo publicado na revista científica Nature.

Não é muito difícil de entender o conceito básico. Os arquivos de computador são formados por bits, que nada mais são do que zeros e uns. O DNA, por sua vez, é formado pelos pares de bases de adenina e timina (AT) e guanina e citosina (GC). Daí, basta fazer a correlação entre os bits digitais e os pares para fazer a tradução.

O feito foi alcançado por biólogos, que aproveitaram um mecanismo de defesa bacterial usado pelo sistema de edição genética CRISPR. Foi assim que eles conseguiram injetar um GIF animado pixel a pixel em uma população de bactérias.

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A ideia, no entanto, não é criar um pendrive biológico para guardar filmes e arquivos. A expectativa dos cientistas é usar a tecnologia para criar uma espécie de gravador biológico para monitorar células ou modificações no ambiente, de forma que o cientista responsável por um experimento não precise perturbar o sistema para coletar dados, como explicou ao Gizmodo Seth Shipman, da Escola de Medicina de Harvard, autor do estudo.

No entanto, apesar de os pesquisadores não terem planos de usar o DNA como uma espécie de pendrive biológico, uma outra pesquisa da Microsoft tem exatamente esse objetivo. Em 2016, a empresa revelou ter conseguido guardar 200 MB nesse formato. A aposta no DNA é por ele ser pequeno e durável, permitindo que dados sejam guardados por milhares de anos.

A empresa prevê que seja possível gravar 1 bilhão de terabytes de dados em 1 grama de DNA, permitindo armazenar a internet inteira atual em um espaço como uma caixa de sapatos. Os problemas práticos, no entanto, são custo e o fato de que o processo de gravação e leitura é extremamente lento.