Cientistas na China alcançaram uma marca histórica. Pela primeira vez, nasceram em laboratório porcos com algumas células de macacos, dando origem a uma espécie inédita de quimera, como relata publicação da New Scientist.

O projeto tem uma ambição mais profunda do que apenas misturar os genes de dois animais. A ideia dos cientistas é que em algum momento seja possível utilizar este conhecimento para criar órgãos humanos em animais para que eles sejam usados em transplantes.

Este futuro pode estar bastante distante, no entanto. Os porquinhos-macaco criados em laboratório morreram em uma semana após o seu nascimento, sem que a causa da morte seja conhecida.

Tang Hai, coautor do estudo, explica que sua equipe criou uma cultura de células de macacos e criou células-tronco a partir do material. Em seguida, essas células foram injetadas em embriões de porcos quatro dias após a fertilização.

Durante esse processo, os cientistas injetaram células de macaco em mais de 4 mil embriões. Destes, apenas 10 efetivamente nasceram, e apenas dois eram efetivamente quimeras. A proporção de células de macaco que se manifestaram nos porcos estava entre 1 em 1.000 e 1 em 10.000.

Os resultados não são animadores, pelo que outros cientistas puderam analisar pelo estudo. Paul Knoepfler, pesquisador da Universidade da California em Davis, lamentou os resultados. “Diante da eficiência quimérica extremamente baixa e a morte de todos os animais, eu vejo os resultados como bastante desencorajantes”, disse ele à New Scientist.