A cidade chinesa de Shenzhen conta, no momento, com a maior rede 5G do mundo. De acordo com o prefeito Chen Rugui, todas as áreas da metrópole são cobertas pela tecnologia que fornece a quinta geração de conexão.
Shenzhen já possui 46.480 estações de 5G para uma população de cerca de 13 milhões de habitantes. Portanto, a cidade é a líder mundial no que diz respeito à quantidade de estações de 5G por habitante.
Vale lembrar que, agora, Shenzhen utiliza uma rede 5G SA (autônoma), que fornece menor latência e maior velocidade de upload se comparada ao 5G NSA (não autônomo), a rede 5G mais primitiva que utiliza a base do 4G para funcionar.
Shenzhen. Imagem: Masayuki Terazawa
Ainda assim, a maior parte da rede 5G da cidade construída nos últimos dois anos corresponde ao modo NSA. Sendo assim, as três principais operadoras da China já anunciaram que o 5G NSA servirá como medida temporária para algumas áreas e revelaram que, desde o início deste ano, os investimentos estão concentrados na implementação das redes estações SA.
A China, que é o primeiro país em termos de infraestrutura 5G, tinha, no fim de junho, 410 mil estações 5G instaladas e funcionando. Além disso, um levantamento do fim de julho registrou 88 milhões de usuários de celulares com 5G no país, o que equivale a 80% do total mundial que utiliza esse tipo de conexão.
5G no Brasil
Por aqui, antes da implementação do 5G real, é preciso um leilão para decidir quais serão as empresas responsáveis. A ocasião só deve acontecer em maio ou junho de 2021, ano em que também será definido o posicionamento do governo brasileiro em relação às fornecedoras chinesas Huawei e ZTE. É o que disse Fábio Faria, ministro das Comunicações. Ele confirmou que o momento atual é de “apuração de informações” que serão depois repassadas ao presidente Jair Bolsonaro. Entretanto, o tema não é tratado com urgência.
Faria disse estar aberto a receber as empresas fornecedoras, “tanto a Huawei quanto a Ericsson e Nokia”, para saber o posicionamento de cada uma sobre o assunto. O governo busca informações como requisitos de transparência, expectativa de investimento e “capacidade que têm em relação a prazo”. No fim, o ministro repassará essas informações ao presidente, que tomará a decisão final. Faria reiterou que o assunto “extrapola” o Ministério da Comunicação, com a decisão cabendo apenas a Bolsonaro.
Enquanto isso, os Estados Unidos estão de olho na implementação do 5G no Brasil, por conta da disputa comercial cada vez mais acirrada com a China. Todd Chapman, embaixador dos Estados Unidos no Brasil, falou em tom de ameaça que o país pode ter que “enfrentar consequências” se permitir que a chinesa Huawei forneça os equipamentos de rede necessários para as novas redes.
Via: Folha de S.Paulo