Chips cerebrais da Neuralink podem ser testados em humanos ainda este ano

Implantes neurais poderão ser usados no tratamento de doenças como epilepsia, na recuperação de funções perdidas por deterioração cerebral ou como uma forma de "turbinar" nossa inteligência
Rafael Rigues04/02/2020 12h24, atualizada em 04/02/2020 12h27

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Elon Musk está empolgado com o progresso de uma de suas startups, a Neuralink. A empresa está desenvolvendo implantes neurais que poderão ser usados para permitir a comunicação direta entre o cérebro humano e um computador.

“O profundo impacto de uma interface neural de grande largura de banda e alta precisão é subestimado”, disse Musk durante uma sessão de perguntas e respostas sobre a empresa. “A Neuralink pode ter isto já neste ano. Só precisa ser inequivocamente melhor do que o Utah Arrah, que já é usado em alguns humanos e tem limitações severas”.

O Utah Array é uma pastilha de silício contendo 100 “agulhas” com cerca de 3 mm de comprimento. Quando implantado no cérebro ele permite “escutar” a atividade dos neurônios na região, além de enviar comandos na forma de impulsos elétricos, e pode ser usado no estudo e tratamento da epilepsia. Entretanto, sua instalação é um processo delicado, que requer remoção de parte dos ossos do crânio.

A Neuralink desenvolveu um robô capaz de instalar finos “fios” contendo conjuntos de eletrodos no tecido cerebral, desviando dos vasos sanguíneos para evitar inflamações. Segundo Musk, a máquina consegue instalar seis fios, com um total de 192 eletrodos, por minuto. O processo é menos invasivo que o do Utah Array, e só requer uma incisão de 2 mm de comprimento.

O principal objetivo da Neuralink é médico: usar sua interface para recuperar funções perdidas por dano cerebral, como o controle motor”. “Não quero ficar muito animado, mas o potencial é realmente transformador para restaurar as funções cerebrais e motoras. Não há outra maneira de fazer isso, em minha opinião”.

Porém, um outro uso para a tecnologia seria a “ampliação” da inteligência humana, permitindo que um computador seja usado com um “cérebro auxiliar”, desempenhando algumas tarefas melhor do que nosso cérebro biológico.

Musk também acredita que ligar nossos cérebros diretamente a computadores é importante para garantir a sobrevivência de nossa espécie, já que seria uma forma de nos mantermos “no controle” e impedir que uma IA se volte contra nós.

Vale mencionar que Musk é conhecido por ser bastante “otimista” em suas previsões. No passado, ele afirmou que a SpaceX, outra de suas empresas, estaria enviando espaçonaves a Marte em 2018.

Fonte: Tom’s Guide

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital