A China já anunciou que pretende usar sistemas de reconhecimento facial em câmeras de vias públicas. Mas uma reportagem revelou que o país começou a testar essa tecnologia em regiões periféricas onde estão concentradas minorias étnicas e religiosas da China.
Segundo informações obtidas pela Bloomberg, o programa já começou a funcionar em Xinjiang, na região oeste do país, onde vivem milhares de famílias muçulmanas e uigures que, segundo órgãos internacionais, são alvos constantes de abusos estatais.
O sistema de reconhecimento facial estaria sendo utilizado para localizar suspeitos cadastrados num banco de dados do governo caso eles ultrapassem os limites de uma “zona segura” de 300 metros determinada pelas autoridades locais.
As câmeras cruzam as imagens de cada cidadão em Xinjiang com as de alvos registrados nos computadores do governo. Se localizar um deles, o sistema então monitora os passos da pessoa e emite um alerta caso ela passe da linha de segurança.
O governo chinês afirma que a medida é necessária para combater incidentes violentos que estariam ligados a extremistas que se proclamam muçulmanos. Por isso o programa de monitoramento teria começado numa região de maioria islâmica.
Órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos, porém, criticam as ações da China em Xinjiang. Para a Human Rights Watch, o que o país tem feito é um tipo de perseguição étnica e religiosa não só contra muçulmanos, mas também contra os uigures que habitam a região ocidental da república.
Como destaca o Engadget, a China tem o maior sistema de monitoramento por vídeo do mundo, com cerca de 170 milhões de câmeras espalhadas por todo o país e com planos de instalar mais 400 milhões, incluindo reconhecimento facial, até 2021.