A China desenvolveu um míssil capaz de despejar até 500 kg de submunições em um raio de 6 mil quilômetros. O Tainlei 500, ou Trovão do Céu, corresponde a um dispenser de munições equipado com sistemas de precisão para dispersas explosivos durante o voo.
O míssil conta com asas longas que permitem que ele seja lançado até 60 quilômetros de distância do alvo. Essa característica minimiza a exposição de caças à sistemas antiaéreos inimigos. A arma conta com um tronco com espaço suficiente para armazenar até 240 submunições. Ela ainda é capaz de promover adaptações na própria estrutura para dificultar interceptações de radares e plataformas inimigas.
Analistas consultados pelo South China Morning Post apontam que o Tainlei 500 fornece mais opções de ataque às forças armadas chinesas. “Essa é uma das mais importantes e avançadas armas para os militares chineses, porque ela representa um recurso eficaz para atacar e destruir diferentes tipos de alvos terrestres ao mesmo tempo”, explicou Song Zhongping, um comentarista sobre assuntos militares de Hong Kong.
Detalhes sobre o Tianlei 500 foram revelados em reportagem do canal estatal CCTV
“O míssil ainda pode manter os aviões de guerra a uma distância relativamente segura das áreas de combate, reduzindo a possibilidade de vítimas”, completa.
O Tainlei 500 foi desenvolvido pelo conglomerado estatal China North Industries Group, conhecido como Norinco. De acordo com a organização, o míssil é projetado para atingir principalmente pistas de aeroportos, aeronaves no solo, instalações de energia e grupos numerosos de soldados armados.
Tensão com Taiwan
A nova arma repercutiu na mídia estatal chinesa em um cenário de incômodo do Partido Comunista com a aproximação diplomática de Taiwan com os Estados Unidos. Como lembra a Folha de São Paulo, na semana passada, a ilha recebeu a primeira visita de um secretário norte-americano desde que os EUA reconheceram a China comunista em 1979. Nesta semana, Taiwan finalizou a compra de 66 caças F-16 da força aérea estadunidense, reportou a CNN.
A publicidade sobre o Tainlei 500, no entanto, é apenas mais uma resposta de Pequim ao governo de taiwanês. Durante a visita do secretário norte-americano a Taipei, a China empreendeu uma série de exercícios militares que foram interpretados por analistas como recados às autoridades de Taiwan. O exército chinês realizou simulações de invasão a ilhotas no mar do Sul do país. Além disso, dois caças chineses adentraram o espaço aéreo de Taiwan, nas últimas semanas.