China desenvolve computador quântico mais potente do mundo

Renato Santino05/05/2017 17h16, atualizada em 05/05/2017 17h30

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A China já tem o supercomputador mais rápido do mundo, mas o país quer ir além. O próximo passo para a evolução tecnológica chinesa é a construção de um computador quântico que, no longo prazo, deixaria para trás o poder de processamento visto em servidores convencionais dos dias de hoje.

Computadores quânticos já existem, mas não como os pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da China pretendem desenvolver. Empresas como IBM e D-Wave já possuem algumas aplicações para a tecnologia, mas os cientistas afirmam que a nova abordagem para a computação quântica pode ser 24 mil vezes mais potente.

A diferença está na nova arquitetura proposta pelos pesquisadores. Enquanto as outras empresas citadas apresentam uma solução de um único fóton, os chineses conseguiram desenvolver um método de cálculo para cinco fótons, justificando o salto de poder computacional.

A arquitetura também é maleável, permitindo que um número ainda maior de fótons sejam envolvidos nos cálculos. Isso proporcionaria ainda mais poder computacional em um momento mais avançado das pesquisas, tornando a tecnologia ainda mais capaz na comparação com as máquinas clássicas que vemos atualmente.

Apesar do anúncio, o caminho para a produção ainda será longo, especialmente porque o protótipo ainda tem sua usabilidade limitada a apenas algumas funções específicas. Ele não é ainda uma máquina universal capaz de realizar qualquer tarefa, como faz um computador convencional. A tecnologia de computação quântica ainda está bastante atrás dos processadores tradicionais, com potencial entre 10 e 100 vezes a capacidade do ENIAC, o primeiro computador eletrônico do mundo rodando um algoritmo clássico.

De qualquer forma, os investimentos em computação quântica devem começar a avançar rapidamente a partir de agora, porque os chips convencionais estão se aproximando de seus limites físicos. A Intel já anunciou que, pelo quarto ano consecutivo, manterá o processo de 14 nanômetros em seus processadores, porque o salto para os 10 nm tem se provado extremamente complicado. Manter custos baixos e melhorar velocidades tem sido um desafio difícil de superar no mundo dos PCs e servidores.

[Nature, PC World]

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital