Chega de Twitter para Elon Musk! Investidores processam (de novo) o CEO da Tesla

Mesmo depois de ter sido obrigado a renunciar à presidência da companhia, o executivo continua causando problemas com a SEC e acionistas por causa de tuítes com declarações incorretas
Redação08/03/2019 23h26, atualizada em 09/03/2019 00h46

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Não é novidade que o fundador da Tesla, Elon Musk, é especialista em causar problemas com seus tuítes. Não satisfeito em ser destituído da presidência da empresa depois de ser processado pela Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), agora o bilionário está enfrentando um processo de investidores institucionais da fabricante de carros elétricos. A ação contra Musk foi implementada nesta quinta-feira, (07/3), e reforça que suas “repetidas distorções” no Twitter continuam prejudicando a companhia e seus acionistas.

O processo foi aberto na Corte de Chancelaria de Delaware – corte mais importante dos Estados Unidos em assuntos de negócios ou direito empresarial. Ele tem como objetivo bloquear o “uso indiscriminado do Twitter por Musk por fazer declarações imprecisas sobre a empresa”. A declaração foi divulgada por advogados de um dos investidores, pelo Conselho Distrital dos Trabalhadores e pelo Fundo de Pensões de Contratantes de Ohio.

O processo reclama que Musk e os diretores da Tesla violaram suas obrigações com investidores. A ação contra o executivo veio depois do CEO dizer incorretamente no Twitter que a Tesla iria produzir 500 mil carros em 2019. A afirmação foi publicada em 19 de fevereiro e estava diferente do anúncio da empresa feito ao mercado e aos acionistas, onde previa a produção de 400 mil veículos Modelo 3 neste ano.

Na ocasião, a SEC, que supervisiona as atividades da Bolsa de Valores dos EUA, disse que Musk violou uma parte do acordo feito anteriormente entre ele e a Comissão. Nele, seria necessário que o CEO fosse autorizado previamente pelas autoridades da Tesla antes de fazer declarações públicas que poderiam afetar o preço das ações da companhia.

O acordo citado foi o que levou o executivo a deixar a presidência do conselho administrativo, além de proibição de ser eleito para o cargo durante três anos e ainda pagamento de uma multa de US$ 20 milhões. O motivo do processo também foi um tuíte publicado em agosto de 2018, no qual Musk disse que pretendia retirar a Tesla da bolsa de valores. “Estou considerando tornar a Tesla privada [gastando] U$420. Financiamento garantido”, ele escreveu. Depois, ele voltou atrás, justificando que era uma brincadeira.

Cerca de um mês depois de Musk ter deixado a presidência da empresa que ele mesmo fundou, a executiva Robyn Denholm foi apontada como a nova profissional a assumir o cargo.

Musk pode ser multado novamente, receber novas restrições nas mídias sociais, ou até mesmo ser suspenso ou impedido de administrar a empresa. “O Sr. Musk tem continuamente desconsiderado todos os esforços para conter seus materiais distorcidos nas mídias sociais”, disse em um comunicado o advogado do Conselho Distrital dos Trabalhadores, Michael Barry.

Fonte: Bloomberg

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital