CEO da Intel vendeu milhares de ações sabendo das falhas em processadores

Renato Santino05/01/2018 16h42

20180105144749

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A Intel se viu no meio de um problema grave nesta semana, quando foi revelada uma falha grave de segurança em basicamente todos os seus processadores na última década. A empresa já sabia da brecha ao menos desde junho, quando pesquisadores do Google informaram a companhia para que ela pudesse tomar as devidas providências. O problema foi que uma das providências tomadas pelo CEO Brian Krzanich foi vender todas as ações que a lei lhe permitia.

Se confirmado que a venda foi realizada devido à falha, isso caracterizaria utilização de informação privilegiada, o que é totalmente irregular pelas normas que regem as bolsas de valores ao redor do mundo. A Intel, por sua vez, nega que a venda tenha qualquer vínculo com a vulnerabilidade revelada.

Em matéria do site CBS Marketwatch, um representante da empresa afirmou que o negócio não tinha nenhuma relação com o anúncio da falha, e que a venda já estava agendada. No entanto, é importante notar que o agendamento aconteceu no dia 30 de outubro, quando a empresa já estava bastante ciente do alcance do problema.

O agendamento da venda é realizado com antecedência em casos como o de Krzanich justamente para evitar casos de negócios com informações privilegiadas. No entanto, neste caso específico, a situação ainda é suspeita e não seria surpresa se a Comissão de Valores Mobiliários iniciasse uma investigação contra a Intel e seu principal executivo.

Com a venda de suas ações, Brian Krzanich recebeu mais de US$ 39 milhões com a negociação, realizada ao final de novembro. É importante observar, no entanto, que as ações da Intel estão sendo negociadas aproximadamente pelo mesmo valor do que na época da venda realizada pelo seu CEO, então se houve ou não informação privilegiada, não houve impacto real no valor recebido por Krzanich.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital