Eric Xu Zhijun é CEO da Huawei, uma das maiores e mais importantes fabricantes de produtos eletrônicos do mundo (ainda com pouca presença no Brasil, porém). Em um evento realizado pela própria companhia nesta semana, o executivo chamou a atenção ao falar de relógios inteligentes.
“Eu sempre me sinto confuso quanto a que servem os smartwatches quando nós temos smartphones”, admitiu Zhijun. “Assim, quando a equipe de relógios da Huawei apresenta suas ideias para mim com muito entusiasmo, eu os lembro de que eles devem considerar se há necessidades claras para esses produtos no mercado.”
O executivo ainda disse que tem dúvidas sobre o futuro desse tipo de produto e que ele mesmo não usa relógios inteligentes. A Huawei é uma das poucas empresas que ainda fabricam os tais smartwatches, junto com a Apple, que aposta no Apple Watch, e a Samsung, que vende o Gear S. Outras empresas, como a Motorola, já desistiram de continuar investindo nesse setor.
Segundo analistas do instuto de pesquisa IDC, o mercado de smartwatches tem crescido mais lentamente do que se esperava. Em 2016, a empresa estima que foram vendidos 49,2 milhões de relógios conectados em todo o mundo, pouco mais do que os 48,7 milhões de outros dispositivos vestíveis, como pulseiras eletrônicas.
“Relógios sofrem como produtos de massa devido à sua proposta de valor limitada e pouco clara para uma base maior de potenciais usuários”, disse Ramon Llamas, gerente de pesquisas da IDC, no relatório da empresa sobre smartwatches divulgado em março. “A maioria dos potenciais consumidores veem relógios exercendo múltiplas funções, mas nenhum deles é excepcional na realização de muitas tarefas.”